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Produtores tentam viabilizar nova rota da soja, pelo rio, até o Uruguai

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Scania Combustível

hidro

Fonte: Aprosoja

Terminou no sábado (4) o périplo de produtores rurais de Mato Grosso pelo sudoeste do Estado, em mais uma etapa do Projeto Estradeiro, promovido pelo Movimento Pró Logística. A finalidade foi mapear a opção de escoamento da safra pela hidrovia Paraguai-Paraná, a partir do município de Cáceres, ponto mais ao norte da hidrovia que serve a cinco países até o porto de Nueva Palmira, no Uruguai, depois de percorrer 3.442 quilômetros, boa parte cortando o Pantanal.

A caravana, composta por dezenas de produtores dos municípios de Diamantino, Sapezal, Campo Novo dos Pareci, Tangará da Serra, entre outros, partiu de Diamantino, a cerca de 300 quilômetros de Cáceres e, após visita à fazenda Santo Antônio das Lendas, onde deverá ser construído o porto, a 80 km da área urbana, seguiu até Tangará da Serra.

A pressão dos agricultores pela ativação da hidrovia deve-se ao aumento de custos de frete verificado ao longo dos anos e especificamente nesta safra, quando o preço chegou a US$ 145 por tonelada de soja entre Sorriso, no médio norte do Estado, e o Porto de Santos.

De acordo com estudos do Movimento Pró Logística, a utilização da hidrovia pode reduzir esse custo em até 34% num raio de 400 quilômetros, o que engloba vários municípios grandes produtores e estimula novas fronteiras agrícolas, como a que já se desenha no oeste do Estado, em municípios como Pontes e Lacerda, Mirassol dOeste, Quatro Marcos e Araputanga, tradicionais redutos da pecuária de leite e corte.

Para concretizar a operação da hidrovia, são necessárias algumas obras rodoviárias, como a pavimentação de trechos das estradas que levam ao futuro porto – que deve ser montado pela iniciativa privada – e a adaptação de outras rodovias ao trânsito de carretas, assim como a construção de vias expressas ou anéis viários para evitar o trânsito pesado nas áreas urbanas.

Outro obstáculo no horizonte dos produtores é uma ação judicial movida em Mato Grosso do Sul em nome dos índios guató, que não querem a navegação em suas áreas, e a realização dos estudos de impacto ambiental (EIA-RIMA), condição dada pela justiça para que a hidrovia possa operar dentro do que prevê a legislação.

Os produtores estão dispostos a enfrentar essas dificuldades para viabilizar a nova rota, uma vez que os benefícios econômicos são vantajosos. Para a questão dos guató, dependem de uma autorização do Congresso Nacional para navegar pelo trecho; para o EIA-RIMA, cujo custo é estimado em R$ 35 milhões, avaliam que há vontade política do governo para realizar as obras de infraestrutura necessárias à navegação, cabendo ao DNIT a liberação dos recursos e contratação da empresa responsável pelo estudo e ao Ibama as licenças necessárias.

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