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Começou a primeira safra sem a carta-frete

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Se o pagamento por cartão já é realidade nos segmentos de transporte de carga de maior valor agregado, nos grãos a carta-frete ainda é a forma usada por quase todo o mundo. Em plena safra, existe o temor de que a fiscalização possa causar problemas nas estradas e nos terminais.

Mas as empresas graneleiras, pelo menos as entrevistadas pela Carga Pesada, encaram o pagamento eletrônico como um caminho sem volta e dizem estar se preparando para entregar os cartões aos autônomos no início de 2012.

O gerente operacional da Transportadora Brasil Central, Emerson Henrique Gomes, já está divulgando o novo formato entre seus terceirizados. Com sede em Rio Verde (GO) e forte presença em Mato Grosso, a empresa sofrerá bastante o impacto da mudança.

Segundo Gomes, pelo menos em Mato Grosso, os postos não cobram a mais para trocar carta-frete. “O motorista é obrigado apenas a abastecer 30% do valor”, explica. Ele admite que a carta-frete é benéfica para as transportadoras, porque os postos adiantavam o óleo diesel.

O contador da empresa, Obete Alves Machado, informa que a Brasil Central irá trabalhar com o cartão da Dbtrans. Uma negociação feita pela Associação do Transporte Rodoviário do Brasil (ATR), entidade à qual é filiada, resultou num custo de 0,4% do frete pelas operações.

A Lontano Transportes, com sede em Campo Grande (MS), também afirma que está preparada para trabalhar com o cartão. “Acredito que estamos profissionalizando o setor. As transportadoras terão que se ajustar para atender essa nova regra”, afirma o administrador da empresa, Luiz Gustavo Dall’Agnol.

Para ele, “após um período de adaptação”, o próprio autônomo irá se beneficiar. “Acredito que todos sairão ganhando.” Ele acredita que haverá fiscalização por parte da ANTT.

Para José Machado Diniz Neto, presidente da ATR, a mudança será boa porque vai formalizar o mercado. “Até os pipoqueiros são mais formalizados que os caminhoneiros”, afirma. Segundo ele, o novo sistema ajudará a implantar o vale-pedágio no segmento de grãos, que até agora “não pegou” por causa da informalidade.

Quanto aos postos, ele afirma que o caminhoneiro tem de usar sua liberdade. “Se tem um posto cobrando a mais (pelo diesel), ele deve procurar aquele que não cobra. É assim que funciona.”

Segundo Diniz, exceto em Mato Grosso, a ATR, que tem sede em Ribeirão Preto, representa os contratantes de 80% dos autônomos que trabalham com grãos. Por isso é que, de acordo com ele, foi possível a negociação coletiva que permitirá um custo de apenas 0,4% na operação com a Dbtrans.

Fala, caminhoneiro

“O contratante vai descontar do frete e o posto vai cobrar mais pelo diesel. Só acredito que não terei prejuízo vendo.” Moisés de Oliveira (D), de Peabiru (PR)

“Apesar de ser ilegal, os contratantes já descontam o valor do pedágio do nosso frete.”Arildo Paulino de Oliveira, Goioerê (PR)

Veja matéria completa sobre o fim da carta-frete clicando no link: http://cargapesada.com.br/revista/2011/12/18/o-governo-fecha-o-cerco-a-carta-frete/

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