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Avanços em outras fatias do mercado

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Com dois lançamentos, a montadora italiana dá mais um passo para chegar a produzir caminhões em todas as categorias no Brasil

Luciano Alves Pereira e Dilene Antonucci

No sexto lançamento do ano, o presidente da Iveco, Marco Mazzu, disse, com seu já familiar sotaque italiano, que mesmo havendo uma redução nas vendas de caminhões a Iveco vai manter a estratégia de ampliar sua participação de mercado.

Com esse objetivo, a empresa apresentou duas novas armas para ingressar em importantes nichos: o off-road Trakker, lançado em outubro, e o semipesado Tector, no início de dezembro. Este, um lançamento em grande estilo com mais de mil convidados no navio Grand Mistral, no litoral do Rio de Janeiro.

A promessa da montadora mineira é, até 2010, ter uma gama completa de caminhões, adequados não só ao Brasil, mas a toda a América do Sul. “Estamos falando das altitudes andinas, das planícies argentinas, do deserto do Chile e das severas condições das rodovias brasileiras”, disse Renato Mastrobuono, diretor de Desenvolvimento de Produto da Iveco Latin America, no lançamento do Tector, um semipesado para o segmento entre 16 e 26 toneladas de PBT, que fica dentro de uma classe que até outubro vendeu mais de 34 mil unidades.

O Tector na versão cabine leito: cama com boas medidas

A versatilidade do Tector aparece no número que traduz seu rendimento energético, de 84 t.km/l. Isto a partir do consumo médio de 3,5 km/l, numa pista dupla como a Fernão Dias. Estamos falando de 6×2 rodoviários, com 15 t líquidas. Daí todos os fabricantes nacionais dispensarem muita atenção ao segmento.

Nas versões curta e leito, a cabine apresenta um visual europeu. Com grandes defletores laterais, para impedir respingos de lama nas portas e escadas, o conjunto adota retrovisores funcionais, além de novo pára-sol e conjunto ótico.

A boléia do Tector oferece painel de instrumentos similar ao do Stralis (não é o mesmo da Europa), no qual o computador de bordo aloja o piloto automático, enquanto o volante tem regulagem de altura e inclinação. O banco do motorista dispõe de suspensão pneumática de série, assim como a própria cabine apóia-se em molas helicoidais suportadas por amortecedores. Na versão leito, a cama tem boas medidas: 1,90 m por 0,62 m.

A Iveco calibrou o motor do Tector para 250 cv a 2.700 rpm, aproveitando bem os seus 5,88 l de cilindrada, distribuída em seis cilindros. O torque máximo é de 950 Nm entre 1.200 e 2.100 rpm. Embora não seja líder no quesito, o Tector fica no abre-alas. A Iveco diz que a unidade de força já está sendo fabricada em Sete Lagoas (MG) e tem grande influência no índice de nacionalização do Tector, “superior a 65%”. O novo cargueiro mineiro queima combustível segundo a pauta da Euro 3, alcançada com a injeção tipo common rail. Não lhe falta ainda o freio-motor clássico, com três tipos de acionamento: automático (ao tirar o pé do acelerador), atuado pela folga do pedal de freio ou através de botão no assoalho, ao lado do pedal da embreagem.

O novo Iveco tem três opções de câmbio: o Eaton FS-6306B, de seis marchas sincronizadas, que se articula com o eixo traseiro de dupla velocidade, permitindo reduções na quarta e na quinta marchas, o que não ocorre com todos os congêneres; a ZF 9S1110, de nove steps, para um 6×2 mais impetuoso; e a Eaton FTS 16108LL, de 10 velocidades. De acordo com a montadora, esta é a única caixa sincronizada na sua categoria – um enriquecimento sob medida para a versão 6×4. O objetivo é superar a resistência dos motoristas diante do câmbio ‘seco’, num mercado conhecido pela carência de mão-de-obra mais bem preparada.

Para uma aplicação menos comum, o Tector pode vir na configuração de cavalo-mecânico 4×2, uma novidade neste segmento no Brasil, mas muito usada na topografia plana da Argentina.

A Iveco ainda não divulgou os preços do Tector, mas, segundo Alcides Carvalho, responsável pela área comercial, eles ficarão na faixa do VW Constellation 24.250, atual líder do segmento, que estava sendo oferecido, no início de dezembro, a R$ 187.200, com cabine estendida, e R$ 195.200 na versão leito. Os novos veículos devem chegar às concessionárias em fevereiro.

TRAKKER – Com o slogan “off and road”, em outubro a Iveco apresentou o Trakker, desenvolvido para aplicações fora-de-estrada como transporte de cana-de-açúcar, madeira e minério.

As vendas começam em janeiro com direito a Finame, já que o novo modelo, até agora feito apenas na Argentina, passa a ser fabricado também em Sete Lagoas, com mais de 70% de componentes nacionais.

O Trakker e seu motor Iveco Cursor 13: o mesmo do Stralis

Embora na Europa exista Trakker 8×4 com até 500 cv de potência, por aqui ele é um 6×4 com motor Iveco Cursor 13 – o mesmo do Stralis – e potência de 380 ou 420 cv, em duas configurações de plataforma e uma para cavalo-mecânico. A explicação da montadora é que a configuração 6×4 representa hoje 65% do total de caminhões extrapesados off-road e é mais apropriada para o trabalho em canaviais, a aplicação mais comum desse segmento.

Segundo o diretor da Iveco, Renato Mastrobuono, diferentemente de outros caminhões fora-de-estrada que são derivados de versões rodoviárias, com o Iveco Trakker é o contrário: “Ele é fruto de um projeto específico para atender às exigências das operações off-road, um verdadeiro fora-de-estrada que também atende às características de aplicação rodoviária”, explica.

A cabine do novo Iveco Trakker repete as linhas do extrapesado Stralis. A suspensão em tandem, com molas semi-elípticas na dianteira e traseira e amortecedores telescópicos, aumenta o conforto e deixa o conjunto calibrado tanto para a estrada quanto para terrenos difíceis.

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