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Bitrem não pode mais virar bitrenzão

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Deliberação 129 do Contran proíbe a inclusão de terceiro eixo nos implementos com comprimento igual ou inferior a 10,5 metros

Definitivamente, está proibido fazer adaptações em bitrens de sete eixos fabricados antes de 2006, de forma a transformá-los em bitrenzões de nove eixos com 19,8 metros de comprimento.

É o que consta na Deliberação nº 129 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), publicada no dia 27 de setembro. As palavras exatas são estas: fica proibida “a inclusão de eixo auxiliar veicular em semirreboque com comprimento igual ou inferior a 10,5 metros, dotado ou não de quinta roda”.

Oficinas vinham recebendo grande número de solicitações de adaptação do terceiro eixo

A deliberação revoga a Resolução 418 do próprio Contran, que havia sido publicada 15 dias antes com o mesmo objetivo, mas trazia um erro: referia-se a semirreboque com comprimento igual ou inferior a sete metros. Aparentemente, o Contran tinha considerado apenas o tamanho da carroceria e não o do chassi.

“Não se mede um semirreboque só pela carroceria. Os chassis dos semirreboques dianteiros dos bitrens têm entre nove e 10 metros. E os traseiros pouco mais de sete metros”, disse à Carga Pesada um funcionário de uma implementadora. Se fosse mantido o texto da Resolução 418, as transformações poderiam continuar sendo realizadas.

Nos últimos anos, muitos frotistas vinham colocando terceiro eixo nos bitrens para ganhar capacidade de carga. Passavam de 57 toneladas para 74 toneladas de peso bruto total combinado (PBTC). Isso se intensificou depois da Resolução 326 do Contran, de julho de 2009, que passou a exigir cavalos 6×4 para tracionar bitrens. Como um cavalo 6×4 é mais caro, os frotistas trataram de compensar a despesa com a ampliação do PBTC.

Na verdade, a caça aos bitrenzões com 19,8 metros de comprimento começou em 2006, com a Resolução 211. Ela já proibia que veículos acima de 57 toneladas de PBTC tivessem menos que 25 metros de comprimento, por razões de segurança e devido aos danos ao pavimento.

Mas havia uma exceção: as CVCs mais curtas já em circulação poderiam continuar rodando. Essa foi a brecha: mandar instalar os dois eixos adicionais em carrocerias de bitrem fabricadas antes de 2006. Agora não pode mais.

No Estado de São Paulo, há vários anos qualquer bitrenzão está proibido de rodar – não são emitidas AETs. O Paraná também proibiu em setembro do ano passado, depois que a Carga Pesada publicou uma reportagem a respeito do tema.

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