Os caminhões brasileiros têm, na média, 16 anos de uso, o dobro do que é considerado ideal por especialistas. A média aumenta para entre 21 e 22 anos em mais de 60% da frota de veículos comerciais, operados por profissionais autônomos. No detalhamento dos cálculos para chegar à média, observa-se que o Brasil convive, atualmente, com 185 mil caminhões com mais de 30 anos. “Caminhão velho gasta mais combustível, gera mais custo com peças e manutenção, fatura menos e, portanto, tem menor produtividade”, diz Lauro Valdívia Neto, diretor da RLV, consultoria especializada em transporte rodoviário.
O estudo “Caminhoneiros no Brasil”, feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), como parte do Programa Despoluir, calcula que um caminhão com mais de 17 anos roda 24% a menos em relação aos mais novos. Da mesma forma, o faturamento dos antigos é 30% menor em relação a um veículo com um ano de uso. “Na operação urbana, os problemas gerados pela idade da frota são as quebras nas ruas, gerando congestionamentos, e as emissões veiculares”, diz Valdívia Neto.
Ele lembra os transtornos que um caminhão quebrado acarreta em vias de fluxo intenso de veículos, como as marginais da cidade de São Paulo. “Os impactos para a produtividade da atividade são enormes, com atrasos de entrega, reorganização de cronogramas, perda de receita”, diz. Além disso, há o custo social, resultado do trânsito e da poluição, e, ainda, do aumento do número de acidentes, uma vez que não raras vezes os problemas mecânicos dos caminhões velhos têm relação direta com as ocorrências.
“A retirada dos caminhões obsoletos e em más condições de uso e circulação é necessária para reduzir a poluição e também os acidentes de trânsito, que trazem custos humanos e financeiros, para as pessoas e para o país, refletidos nos sistemas previdenciários e de saúde”, diz Bruno Batista, diretor-executivo da CNT. Para ele, a idade avançada da frota rodoviária é um problema social e como tal deve ser tratada. Ele cita casos de países como Espanha, Argentina e México que há anos implementaram programas de retirada de veículos antigos das ruas. Na Espanha, a união entre fabricantes de veículos, poder público e também operadores viabilizou, a partir do ano 2000, um programa para reciclagem dos veículos velhos.
Um certificado de despoluição, emitido por órgãos recicladores, foi o pré-requisito para aquisição de um novo veículo em condições vantajosas. Além de atingir a meta de reciclagem, a economia espanhola viu nascer um negócio altamente lucrativo com o mercado de tratamento de veículos.
A experiência argentina mostrou que o primeiro passo para a criação de uma política de reciclagem é acabar com a informalidade ao elaborar leis e intensificar o controle do Estado nas diversas fases do processo de renovação de frota e sucateamento. A motivação principal da Argentina foi reduzir o roubo de carros. A partir de legislação específica, criada em 2003, o governo conseguiu não apenas a redução de 17% do volume de carros roubados, mas também descobriu, como na Espanha, que a reciclagem dá lucro.
Segundo o diretor-executivo da CNT, é necessário que haja celeridade no processo de implementação de medidas de reciclagem e renovação da frota. “É imprescindível o apoio do poder público, para levar todos os agentes envolvidos a decisões convergentes”, diz. Ele afirma que os trabalhos da CNT para implementação de planos de reciclagem e renovação da frota vêm sendo desenvolvidos desde 2009. “Temos contribuído com estudos, negociação com os atores envolvidos, mas falta a adesão dos órgãos institucionais”, finaliza.
FONTE: http://www.guiadotrc.com.br / Valor Econônico
4 Comentários
sem contar que o governo nos robam com impostos carricimos ou seja, comprei um balde de oleo do diferencial, um rententor do diferencial e uma cola custou R$305,00 mas só de IMPOSTO foi R$ 99,30 tem cabimento.
Quem consegue pagar as parcelas para troca de caminhão com fretes ruins e despesas de manutenção muito elevadas para manter o caminhão,caminhão velho não tem vez nas empresas comprar novo somente os grandes o negocio é parar.
Vejão que a frota de autonomo, está muito velha,pois não temos condições de renovação, porque não temos frete compatível, realmente só quem conssegue comprar com juro baixo é só o grande, pois não existe uma politica de concientização que uma parcela do mercado do transporte está na mão do autonomo, porém o governo não ve isto, mesmo porque não temos seguimentos que nos representem, pois não ouvem as bases, e nimguém sabe oque está passando o autonomo, derão desconto do irrf, do inss,mas é daquela forma, presente de grego, dá com uma mão e tira com a outra,por exemplo temos nóz aqui na fronteira o permisso internacional, que para te-lo ficamos refém de uma perssonalidade juridica , e dai, o nosso frete que já é pouco fica sofrendo desconto de quem o recebe para repassar , para nós,o RNTC que contrariando a resolução 3056, pois RNTRC é registro naciomnal de transportaores de carga, e não internacional isto é aberração, mais uma vez vai de encontro e gerar lucro apos grandes e obrigando o autonomo a ser refém do mesmo, precisamos ter uma complementação na lei 11442 que legisla as diárias, para regulamentar o internacional, pois como está só protege as empresas e aumento de frete cade, era isto amigos.
Não concordo que fatura tão menos que um novo a não ser que o novo esteja quitado. Um velho bem conservado e cuidado tem baixa manutenção e peças na maioria das vezes mais barata. Pense em um caminhão novo que se paga prestação e se da um problema o custo da manutenção é alto e peças também. Se as condições de frete fossem boas dava para arriscar ficar trocando.