Não são poucos os empresários que estão direcionando seus investimentos em renovação de frota para a modalidade de consórcio, que permite o parcelamento do bem em até 100 meses, sem juros e com o pagamento de uma taxa de administração que pode ser diluída ao longo de todo o contrato.
Esta é a visão de gente como Aparecido Salmo Mandacari, de Rio Verde (GO). “Com as taxas de juros que os bancos estão cobrando, o menos oneroso para a empresa é mesmo o consórcio”, diz ele.
Com 35 anos de experiência no ramo e uma frota de 90 caminhões, uma das vantagens que o proprietário da Transportadora Mandacari destaca é a possibilidade de negociar o caminhão usado dado como lance para pegar um novo. Trata-se de uma solução estimulada pelo Consórcio Scania: ao ser contemplada, a transportadora fica com o veículo novo e repassa o consórcio para continuar sendo pago por um motorista agregado, em troca de um caminhão usado. Assim, o agregado também consegue adquirir um caminhão melhor com crédito barato.
“Nós optamos pelo consórcio há 20 anos, nunca deixamos de ter. Agora, com esta situação da economia, mais do que nunca, nossa intenção é renovar a frota somente com consórcio”, afirma o empresário, que transporta grãos, fertilizantes, óleo, farelo e açúcar.
Outro atrativo são as viagens proporcionadas pelas administradoras e que Aparecido aproveita há mais de cinco anos: “É uma viagem em família com um grupo de viajantes do mesmo ramo. Com isso, num ambiente agradável e de lazer, a gente aproveita para trocar informações sobre negócios”.
CRESCENDO NA CRISE – Outro defensor do consórcio como alternativa ao financiamento é Leandro Lamonica, da Lamonica Logística, de Simões Filho (BA).
Na visão dele, o peso da taxa de administração não se compara ao valor dos juros de um financiamento comum, ainda mais quando o pagamento da taxa é distribuído por todo o período de amortização da cota: “Quando você dilui a taxa de administração, o negócio torna-se bastante atrativo”.
Apesar da alardeada crise econômica, Lamonica tem planos de continuar investindo. “Vamos registrar um pequeno crescimento este ano e esperamos que continue assim em 2016.” Um dos principais clientes da empresa está expandindo atividades “e a gente vai no embalo”, acrescenta.
A Lamonica atua no segmento de carga seca em carreta-baú de alumínio e sider. “A crise econômica tirou do mercado as transportadoras que estavam endividadas e mal-estruturadas. Não foi o nosso caso. Nossa estratégia é ocupar o espaço que elas deixaram”, completa.