Embalados por uma Fenatran tida por alguns como a melhor de todos os tempos, a indústria brasileira de caminhões e os grandes frotistas projetam um 2020 mais próspero que 2019. A 22ª edição da feira, realizada de 14 a 18 de outubro em São Paulo, movimentou cerca de R$ 8,5 bilhões. Somente a Volvo anunciou negócios na casa de R$ 1 bilhão.
Os indicadores econômicos do fim do ano também adicionam otimismo ao cenário. Inflação sob controle, juros no nível mais baixo da história, desemprego em queda e aceleração do Produto Interno Bruto (PIB) são alguns deles.
O clima não é de euforia, já que o desemprego cai menos do que se deseja e a informalidade aumenta. O crescimento do País, projetado em 2,2% para 2020, também não é lá nenhuma Brastemp. Mesmo assim, já será mais que o dobro da expansão de 2019.
O setor de transporte inicia o ano dividido em dois grupos bem diferentes quanto às expectativas. De um lado, as empresas, que em 2019 voltaram a crescer e conseguiram renovar suas frotas com veículos dotados da mais alta tecnologia.
Pela primeira vez, depois de quatro anos, o mercado de caminhões novos ultrapassou a marca dos 100 mil emplacamentos (no fechamento desta edição ainda não havia o número consolidado). O crescimento em relação a 2018 deverá ser de 35%.
Do outro lado, os caminhoneiros autônomos, que chegam a 2020 numa situação muito difícil. De acordo com pesquisa feita pela reportagem (pág. 28), os fretes mal remuneram os custos. Em alguns casos, os motoristas recebem menos do que gastam para trabalhar.
A Revista Carga Pesada completa 35 anos. São três décadas e meia ao lado do caminhoneiro, compartilhando suas vitórias e momentos difíceis, e esperando o dia em que o País vai tratar a categoria da forma que ela merece.
Vamos continuar insistindo nesse sonho.
Feliz Ano Novo!
EDITORIAL: Otimismo sem exagero
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