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Empresas do TRC investem em dirigíveis

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Transportadores fazem parceria para buscar alternativa de transporte até a Amazônia

Nelson Bortolin

Transportar cargas até a Região Amazônica, por via aérea, a 120 km/h, e a custo baixo, é um dos muitos projetos da Airship do Brasil, empresa criada pelas Transportadoras Bertolini e Mira e pela Engevix Engenharia Consultiva.

Desde julho do ano passado, a Airship construiu e pôs no ar dois dirigíveis. Ambos são muito pequenos para o transporte de cargas, mas servem para demonstrar a viabilidade da construção de modelos maiores nos próximos anos, segundo a Airship.

O primeiro modelo, batizado de ADB1, tem apenas 4 metros e capacidade para 400 g de carga. A autonomia de voo é de 45 minutos, a 15 km/h. Já o ADB2, com 12 metros, pode carregar 25 kg a 20 km/h, com autonomia de 6 horas e meia. Os dois podem ser controlados do solo, através de rádio.

Já o cargueiro (ADB3), cujo protótipo deve ficar pronto em 2013, terá cerca de 130 metros, capacidade para 20 toneladas, e vai precisar de piloto. A Airship trabalha também no projeto de um contêiner para este dirigível, que será adaptável a caminhões.

Segundo Renata Lopes da Silva, administradora da empresa que tem sede em São Carlos (SP), os estudos de viabilidade econômica apontam que o transporte por dirigível terá um custo mais elevado que o de caminhão, mas bem menor que o do avião.

“A vantagem do dirigível sobre o caminhão é o tempo de viagem”, conta Renata. Dependendo da época do ano, como revelou a Carga Pesada na edição 146, uma carreta na balsa pode levar mais de seis dias para descer o Rio Madeira, de Porto Velho (RO) a Manaus. Além disso, o dirigível pode atingir locais onde o caminhão não chega.

Embora a Airship trabalhe firme no propósito de viabilizar o modal, não há sequer legislação que o regulamente. “Já começamos a discutir essa questão com a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil]”, informa Renata, que não revela quanto a empresa está investindo no projeto.

De acordo com ela, a ideia inicial da Airship, criada em 2005, era comprar dirigíveis prontos em outros paí­ses. “Mas todas as empresas que construíam modelos cargueiros faliram porque optaram por projetos muito ambiciosos, de até 500 toneladas”, acrescenta, sem, no entanto, perder a confiança: “Sabemos em que essas empresas erraram e, por isso, optamos por um projeto mais modesto”.

GUINDASTE – A Airship também trabalha no desenvolvimento de um guindaste aerostático (ADB4). Chamado de “a bola”, terá capacidade para 70 toneladas e não será dirigível, mas preso a cabos. “A bola visa à movimentação de cargas dentro de empresas, mas também poderá ser utilizada com cargas especiais que não passam por baixo de viadutos, por exemplo”, diz Renata. A previsão é que o ADB4 esteja pronto em 2012.

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