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No pico da safra, obra provoca filas em Rondonópolis

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Foto: Roni Bacana

 

Nelson Bortolin

Rondonópolis é a capital das obras inacabadas. A afirmação é do diretor executivo da Associação dos Transportadores de Cargas de Rondonópolis (ATC), Miguel Mendes. Além do viaduto principal da cidade que deveria estar concluído há 20 anos, o município sofre com o abacaxi no qual se transformou a duplicação da Travessia Urbana, obra que deveria estar pronta há pelo menos dois anos.

O problema mede 12,8 km e inferniza a vida não só dos cidadãos de Rondonópolis, pois ajuda a agravar o caos do escoamento da soja em direção aos terminais da ALL. Não há como chegar ao trem sem passar pelo trecho urbano da BR 364. Um caminhão pode levar uma hora para atravessar o trecho em determinados horários.

Cada vez que é preciso interditar parte da pista para fazer o serviço que nunca acaba, os congestionamentos são inevitáveis. É o que vem ocorrendo neste começo de ano. A concessionária está executando uma passagem sob a via que interliga dois bairros de Rondonópolis.

Em ritmo de tartaruga, este trabalho específico não foi concluído antes do pico da safra. Resultado: filas intermináveis principalmente pela manhã e no fim da tarde. A preocupação da ATC fica maior conforme se aproxima a data da inauguração do Terminal da ALL em Rondonópolis, provavelmente em abril. “Estimamos que 80% dos caminhões que hoje vão para Alto Araguaia, farão o transbordo da soja aqui”, conta.

O pior é que ninguém arrisca prever quando as obras da Travessia Urbana serão concluídas. Com R$ 31 milhões liberados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura em Transporte (DNIT), ela é administrada pela Prefeitura. E o governo que assumiu em janeiro não descarta entregá-la ao órgão federal após conhecer o tamanho do problema.

Segundo o novo secretário da Infraestrutura de Rondonópolis, Fábio Cardoso, a obra foi um “abacaxi” que a atual administração herdou da anterior. Ele diz que os trabalhos tiveram início em setembro de 2009 e deveriam ser finalizados em um ano e oito meses, portanto, em maio de 2011. Mas foram detectadas falhas tanto no projeto como na sua execução e a duplicação ficou parada por mais de um ano.

“O projeto previa, por exemplo, seis centímetros de pavimento, mas no meio da execução foi necessário passar para dez centímetros. A drenagem foi subdimensionada e a lateral da pista arrebentou em alguns trechos”, explica. Relatório elaborado pelo DNIT mostra uma série de problemas qualitativos.  “De 14 estacas analisadas, 12 apresentam qualidade de pavimento inferior ao previsto”, declara.

De acordo com ele, um estudo contratado pela atual administração revela que 58% do orçamento da obra foram executados e 56% do trabalho, realizado. A concessionária que ganhou a licitação está em fase de recuperação judicial e chegou a terceirizar o trabalho, mas se desentendeu com a outra empresa.

“São muitos os problemas no projeto e na execução e ainda por cima essa situação da empresa estar em recuperação judicial. A travessia é um abacaxi que nós pegamos e estamos estudando o que fazer. Foi um erro a prefeitura ter assumido isso”, diz ele sem descartar passar a obra adiante para o DNIT.

Mesmo se um dia for concluída, a duplicação da Travessia Urbana não será suficiente para destravar a chegada dos caminhões no novo terminal. Do final da obra até a ALL ainda serão 25 km em pista simples. Para essa obra, não há recursos disponíveis. O secretário diz que a prefeitura está “fazendo gestões” junto ao governo federal para viabilizar o dinheiro e também discutindo com a ALL sua contrapartida pelo impacto do empreendimento.

Foto: Roni Bacana

Foto: Roni Bacana

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8 Comentários

  1. Este embrulho não e nenhuma novidade. Pobre país. Pobre Brasil!Tantos recursos e tamanha incompetência e descaso com o dinheiro publico. É lamentável.E interessante e oportuno poder traçar paralelos comparativos. Aqui na China Comunista, com uma economia galopante, obras de infra estrutura que fomentem o progresso, a economia e a grandeza da nação, são prioridade.Recentemente viajei ao Brasil e reuni-me com alguns figurões políticos. Ao explanar como funciona a liberação de verbas do governo para obras publicas, o pessoal ficou de cabelo em pé.É por isso que aqui as obras avançam, começam e terminam.Temos muito a aprender com os chineses.sds 

  2. schiffer alberto on

    greve de 30 dias sem do nem piedade, ficar em casa.Quando o Brasil falir, só ai vão respeitar o caminhoneiro senão e papo de SINDICALISTA VAGABUNDO.

  3. schiffer alberto on

    30 dias de ferias , mas todos ao mesmo tempo, sem bagunça, quebra quebra ou qualquer tipo de anarquia.Fiquem em casa com seus familiares, aproveitem e façam uma dexintoxicaçao do REBITE.AI SIM VÃO RECONHECER E RESPEITAR OS CAMINHONEIROS

  4. SILVIO PEREIRA on

    Nos, trabalhadores transportadores da baixada santista estamos sofrendo as mesmas consequencias, a cidade do GUARUJÁ, só tem uma entrada e saída para  4 terminais marítimos, com isto estamos enfrentando filas quilométricas, onde os abusos de autoridades, ação de marginais e exploração de usuários de drogas e moradores de rua são de grande proporção, vejo eu como analfabeto que este problema poderia ser resolvido de uma pequena forma, há 2 km a frete existe uma grande área aberta que liga a rodovia com a via SANTOS DUMONT, se fosse feito o pavimento de ligação de uma via a outra diminuiria no minimo 40% do fluxo de caminhões na rua IDALINO PIRES, conhecida como (RUA DO ADUBO) mas ninguém quer segurar esta criança, PREFEITURA, GOVERNO DO ESTADO E NEM FEDERAL.

  5. marcio silveira on

    quando e pra inventaren leis contra os  motoristas profissionais e tudo muito rapido !. mas qundo se falan em melhorias em rodovias ai eles somem … bando de incompetentes. 

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