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O descalabro dos tombamentos recentes na Fernão Dias

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Atuando na Rota dos Minérios, a Arteris, da Fernão Dias (BR-381), liberou o número de tombamentos de carretas em trecho de mineiro de 300 quilômetros. É assustador

Luciano Alves Pereira

Um dispositivo de controle de estabilidade de carretas, entre outros recursos, tornou-se finalista do Prêmio Rei – Categoria Inovação e Tecnologia da revista Automotive News. Sua ‘autora’ é a Librelato, fabricante de implementos rodoviários de Orleans (SC). Anúncios de mecanismos anti-tombamento é tudo de que a Autopista Fernão Dias (Arteris) demonstrou precisar, quando o seu diretor superintendente, Helvécio Tamm aparece na TV – como recentemente – para informar o número estúpido dos tombamentos de carretas, ocorrido na rodovia Fernão Dias, durante o primeiro trimestre de 2018.
De acordo com levantamento da concessionária, em 90 dias ocorreram 64 ‘deitadas’ de carretas em 300 quilômetros do trecho mineiro entre Santo Antônio do Amparo e Extrema (km 637 ao km 936). Isso dá mais de duas ocorrências a cada três dias. Um repulsivo desatino. Tamm foi equilibrista, quando reclamou do exagero das ocorrências, sem se aprofundar no levantamento das causas dessa estatística ‘desarrumada’. A Fernão Dias ganhou uma segunda pista, no entanto, “o seu traçado continua antigo”, diz ele, realçando que “temos alguns segmentos de serra, trechos de sequência de curvas, onde acontece a maior quantidade de tombamentos”. De fato, ela é sexagenária (59 anos) e sua duplicação, ocorrida em 2005, “não a transformou em nenhuma autoestrada”, como afirmou na época o saudoso Jésu Inácio de Araújo, então presidente da Fetcemg, federação das transportadoras de Minas.
Em vista de sua ‘antiguidade’, Tamm criou um artifício de linguagem, digno do resgate do ‘raposismo’ mineiro de José Maria Alkimim, político do PSD, na década de 1950. “As pessoas falam que a rodovia é perigosa, mas ela não é perigosa, ela é sinuosa”, afirmou Tamm, deslizando entre os dois conceitos. Ele optou em não apontar os notórios responsáveis pelo exagero dos tombamentos. Seja do lado dos carreteiros desembestados ou pela ausência de fiscalização, conhecida a penúria vivida pela PRF. O DNIT soma junto nessa embrenhada, por especificar tão poucos radares ao longo dos 570 quilômetros entre BH e São Paulo.
CORREÇÃO − A esta altura, a opinião dos usuários se divide. Há os que acham que a estrada é mais do que sinuosa, ou seja, perigosa de fato. Muitas curvas fechadas concorrem para os tombamentos. Outros condenam os motoristas-carreteiros por velocidades mal avaliadas. Zé Natan, líder sindical do ramo em Minas, está com os primeiros. A seu ver, cada ponto crítico numa estrada deve merecer a pronta interferência da operadora com jurisdição sobre a via, para corrigir a geometria do seu traçado.
Já que tal não acontece pelo conhecido descaso de quem tem obrigação de cuidar, Natan está provocando o Ministério Público Federal (MPF). O objetivo é obrigar o DNIT ou a Arteris a elaborar projeto de engenharia e proceder à correção. O primeiro alvo deve ser a curva do viaduto dos Queias, no km 525, sentido Sul. Lá a estrada desce seis quilômetros, em rampa superior a 10%, vindo do alto da serra de Igarapé. No fundo, o asfalto torce para esquerda de forma fechada. Inúmeros acidentes ocorreram no local, ao longo desses 59 anos de pavimentação. Mortes nem se fala. Sinalização e radar foram providenciados, mas Natan acha que não zera os repetidos desastres naquele ponto.
Na TV, Tamm explicou que entre as principais obrigações da concessionária está em priorizar a fluidez da rodovia. Neste capítulo, vale lembrar números liberados pela mesma Arteris no ano passado, quando mostrava que tombamentos somados a outros sinistros, acabaram interrompendo o tráfego por três meses no ano de 2016. Um quarto do ano. Isso, se somados todos os tempos de paralisação da via. Diante de tamanho descalabro, qual seria a perda de produtividade dos atuais 200 mil usuários diários da Fernão Dias?

SOBRE A LIBRELATO (FONTE: ASSESSORIA DE IMPRENSA)

A Librelato é finalista do prestigiado Prêmio Rei, promovido pela Revista e Portal Automotive Business, mídia especializada no setor automotivo, na categoria Inovação e Tecnologia. “É a única empresa nacional a figurar entre as quatro finalistas nesta disputadíssima categoria e seus concorrentes são multinacionais de peso do setor automotivo como a Bosch, FCA (Fiat Chrysler Automobiles) e BMW”, diz Rafael Bett, diretor comercial da Librelato.

Implemento Librelato equipado com tecnologia que concorre a prêmio na categoria inovação

A inovação que levou a Librelato à finalista deste prêmio foi baseada na iniciativa pioneira da Implementadora em empregar um novo sistema de segurança às suas carretas do tipo tanque destinadas ao transporte de líquidos. O sistema SmartBoard, fornecido pela Wabco, garante a transportadores de cargas perigosas uma operação mais segura e eficiente.

A novidade apresentada no final do ano passado traz um painel eletrônico que pode ser instalado em um semirreboque, integrado exclusivamente a um sistema de freio EBS (freio eletrônico). A solução permite a execução de comandos e visualização de informações de toda a operação. Entre as informações estão a indicação de distância percorrida – total e parcial (hodômetro), informação de peso por eixo e peso na suspensão do semirreboque, mensagens de diagnóstico e do sistema, controle da suspensão a ar eletrônica (ECAS), acionamento do suspensor pneumático e gravação de dados da operação (ODR).

Esta tecnologia permite ao motorista o manuseio operacional total do implemento através do painel eletrônico. Agregando o equipamento a uma suspensão pneumática é possível obter controle total sobre a estabilidade da carreta, evitando tombamentos. É especialmente indicado para o transporte de cargas perigosas e de combustíveis e faz parte dos acessórios opcionais da Librelato.

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