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O risco da ré na vanderleia carregada

DAF - Oportunidade 2024
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revista-carga-pesada-189-vanderleiaEdição 189 – dez 2016/jan 2017

Uma vanderleia-tanque autoportante com paredes finas jamais deve ser colocada em marcha à ré quando carregada, porque o risco de ocorrerem rupturas e trincas no costado durante a manobra é muito grande. O alerta é do engenheiro mecânico Rubem Penteado de Melo, da TRS Engenharia, de Curitiba, e vem em boa hora, porque o uso de vanderleias está crescendo, devido ao seu PBCT de 53 toneladas com caminhão-trator LS (trucado), muito próximo das 57 toneladas do bitrem de sete eixos. “A gravidade do risco de rupturas no costado da vanderleia-tanque, nas manobras de marcha à ré, não é percebida pelo transportador e pelo motorista por puro desconhecimento”, afirma o engenheiro.

“Muitos tanques apresentam trincas nessa região, mas não havia sido estudada a causa real. É a primeira vez que estamos trazendo estas informações a público.” O risco vem do fato de que, para movimentar uma carreta de eixos distanciados para trás, é preciso levantar seu eixo autodirecional, eliminando-se um ponto de apoio no piso. Se o semirreboque estiver carregado, será submetido a esforços muito grandes. “Praticamente dobra o esforço sobre o ponto crítico, que se desloca um pouco para trás”, afirma o engenheiro.

Para as carretas com chassis, a manobra provocará uma deformação extra: “O chassi sela”, diz Melo, isto é, sofre uma deformação bem no meio, “como a sela de um cavalo”. Por isso, o ideal é que nenhum tipo de vanderleia seja colocado em marcha à ré quando carregado, embora se saiba que o chassi costuma voltar à posição normal quando o primeiro eixo volta ao piso. “O maior risco está nos tanques longos autoportantes (não apoiados sobre chassis) e de parede fi na”, avisa o engenheiro. O grande risco, de acordo com Melo, tem início na região superior do costado do tanque. “Dependendo da intensidade da compressão no topo do tanque, pode ocorrer o que chamamos de flambagem, ou seja, o tanque se curva devido à compressão. “E ao deformar-se o topo, ocorre um colapso da região inferior, abrindo o costado do tanque e vazando toda a carga”, completa.

O gráfi co mostra o aumento do esforço (linha vermelha): o ponto crítico fi ca pouco antes do primeiro eixo

O gráfi co mostra o aumento do esforço (linha vermelha): o ponto crítico fica pouco antes
do primeiro eixo

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