Empresas portuárias e concessionária de rodovias divergem sobre solução para filas de caminhões nos portos fluviais do Sudoeste do Pará
Nelson Bortolin
Segundo a concessionária Via Brasil 163, que administra mil quilômetros das BRs 163 e 230 (esta última, a Transamazônica) em Mato Grosso e no Pará, as filas para chegar aos portos fluviais de Miritituba (distrito da cidade de Itaituba – PA) vão permanecer caso as empresas portuárias não aumentarem sua capacidade de estacionamento de caminhões.
A Revista Carga Pesada questionou a Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport) sobre o número de vagas no local e se há projetos para expandi-las, bem como se os portos pretendem adotar algum tipo de agendamento de descargas para evitar as filas quilométricas em Miritituba todos os anos durante a safra.
Em reposta, a Amport informou que representa 7 das 18 empresas portuárias que atuam na região. E que essas associadas contam com aproximadamente 4.000 vagas de estacionamento nos pátios de triagem “mais as áreas de amortizamento interno dentro das próprias estações de transbordo de cargas (ETCs), suficientes para a movimentação portuária na região”.
A entidade também afirmou que conta com um sistema de agendamento chamado Amport on-line, nos moldes do existente no Porto de Paranaguá (PR).
Disse também que é a própria Amport que detém o contrato de manutenção da “Via Transportuária”, trecho de cinco quilômetros não pavimentado, sendo responsável pela “sinalização, limpeza, poda de árvores, umectação e serviços de guincho de todos os veículos que utilizam a via”.
Mas ressaltou que a concessionária Via Brasil tem a obrigação contratual de organizar o trânsito da BR, assim como, de implantar um novo acesso rodoviário portuário, fora da área urbana de Miritituba, projetado para absorver o trânsito de veículos pesados, cuja imissão de posse das áreas envolvidas, ainda aguarda decisão judicial.
Para a Amport, o problema das filas de caminhões no local só será resolvido com a construção do novo acesso. Já, para a concessionária, serão necessárias mais vagas de estacionamento próximos aos portos para acabar com as filas.
E você o que acha?