Entidade que representa os portos da Amazônia diz que, até construção da obra, realiza ações para mitigar o problema
Nelson Bortolin
Somente com a construção do novo acesso rodoviário portuário, localizado fora do centro urbano de Miritituba, é que o problema de filas quilométricas de caminhões na BR 230 será resolvido. A avaliação é da Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport).
Conforme mostrou reportagem da Revista Carga Pesada, o transporte da atual safra em Miritituba, distrito da cidade de Itaituba, localizada no Sudoeste do Pará, está caótico como nos anos anteriores, fazendo com que os caminhoneiros fiquem mais de 36 horas parados nas filas.
O gargalo é um trecho de cinco quilômetros não asfaltado da rodovia. Embora a 230 seja concedida para a Concessionária Via Brasil, o pedaço de estrada não seria responsabilidade da empresa, conforme manifestação dos motoristas nas redes sociais, que culpam o prefeito do município, Nicodemos Aguiar pelo problema.
De acordo com as manifestações no Instagram, a prefeitura de Itaituba não teria interesse no asfaltamento porque o serviço de manutenção da via e dos veículos que atolam no local em dias de chuva seria lucrativo para a empresa que explora o serviço.
A Revista Carga Pesada pediu um posicionamento do prefeito por meio do WhatsApp, mas ele, apesar de visualizar a mensagem, não respondeu.
Procurada desde o último dia 7, a concessionária também não deu respostas à reportagem. Por meio da assessoria de imprensa, disse que o assunto vai ser discutido na tarde desta segunda-feira (10).
Até agora, somente a Amport atendeu a Carga Pesada, enviando uma nota à redação: “A Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport) esclarece que tem atuado de forma consistente ao longo dos anos para ordenamento do tráfego de carretas destinadas as Estações de Transbordo de Cargas localizadas no distrito de Miritituba, município de Itaituba, estado do Pará.”
Segundo a entidade, no dia 6 de março, foi criado um grupo de trabalho liderado pela Via Brasil, do qual a Amport participa, junto com a Polícia Rodoviária Federal, “de forma ativa para implementação de medidas que possam mitigar e evitar os transtornos causados pelo intenso tráfego de caminhões na chegada à Miritituba, dentro da esfera de atuação de cada entidade”.
Apesar dessas ações, de acordo com a associação, a “solução definitiva para a questão se dará quando for implantando, pela concessionária Via Brasil, o novo acesso rodoviário portuário, localizado fora do centro urbano de Miritituba e devidamente projetado para absorver o tráfego de veículos pesados”.
Foto: Divulgação Amport
