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Trem de alta velocidade para conter o caminhão

DAF - Oportunidade 2024
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A Itália inaugura o primeiro trem ultra expresso só para carga. Tem tração elétrica e percorre 570 quilômetros à média de 160 km/h. Vai de Bolonha a Nápoles

Luciano Alves Pereira

Governantes e correlatos, além de gente da iniciativa privada vivem empenhados em estudos e iniciativas que possam diminuir o predomínio das cargas por rodovia.  O objetivo é equilibrar a demanda com outros modais, principalmente em prol do ferroviário. A disparada cargueira do caminhão está deixando o mundo inteiro em estado de sofrimento agudo. 

Na organizada Alemanha, por exemplo, “milhares de caminhoneiros de longo curso procuram desesperadamente uma vaga para um pernoite e não encontram”, afirma uma revista local. “Têm de ficar expostos a riscos próprios – também para terceiros −  ao estacionarem nos acostamentos”.

É o que está ocorrendo na rodovia A 40, uma troncal de ligação da região do Ruhr com a Holanda e Bélgica. Norbert Todt, especialista em questões de trânsito e sua segurança, ligado a Dekra local, disse à Imprensa de lá que “o caminhão estacionado nos acostamentos constitui perigo extremo de acidentes, pois geralmente não são iluminados e, como tal, detectados tarde demais”.

Isto é mais do que sabido, mas a ‘desconformidade’ ocorre pelo alto volume do tráfego na via e a consequente alta demanda de carga.  Na mesma toada, os Pontos de Parada e Descanso (PPD) beira rodovia deixaram de ser suficientes há um bom tempo.

PRIMEIRO DO MUNDO −  Isso significa que o TRC não para de crescer, embora esforços de toda ordem têm sido dedicados para conter o histórico avanço sobre o ferroviário, principalmente. Quem fala o contrário são os desinformados.

A seu favor, o caminhão detém a virtude de ouro do ‘porta-a-porta’.  Para equilibrar o jogo, o trem deve oferecer compensações.

A ferrovia estatal FS Italiane está cansada de saber que as rodovias estão entupidas e sujeitas a interrupções por acidentes frequentes. Nessa é que a velocidade das transferências pode jogar a favor dos trilhos.

Partindo da intenção a ação, a FS criou o Mercitalia Fast, o seu trem de carga super expresso, representando a aposta dos ferroviaristas da terra de Sophia Loren. Para surpresa da Europa ocidental, a iniciativa brotou na Itália. Luigi di Maio, ministro da Economia italiano, inaugurou e deu partida à primeira composição carregada já com o rótulo de “primeiro trem de alta velocidade do mundo”. Visa os clientes especializados em encomendas urgentes e parceria com empresas de logística, especialmente as versadas no comércio eletrônico.

Di Maio frisou que “é o primeiro passo do grande projeto que visa tornar o transporte de carga [por ferrovia]de alta velocidade italiano, um modelo pioneiro no mundo. Tornamos o transporte de carga rápido, seguro e ambientalmente correto”. Detalhe: sua tração é elétrica.

Tem capacidade igual a de 18 carretas e cada trem retiraria da rodovia cerca de 9 mil conjuntos por ano. Os vagões são fechados e ‘bem lisos por fora’. Até os rodeiros foram semicobertos por carenagem própria. Tudo para conseguir o mínimo de arrasto aerodinâmico em seu deslocamento.

O Mercitalia Fast conecta o centro de logística Bologna Interport ao terminal Maddaloni Mercianise, perto de Nápoles. Percorre os 570 quilômetros – o mesmo que São Paulo a BH − em 3 horas e meia, de segunda a sexta-feira. Sempre pela noite, o trem alcança a velocidade média de 160 km/h. Para tanto, supõe-se que ultrapasse os 200 km/h em certos trechos. Não é pouca coisa.

 

 

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1 comentário

  1. Boa Iniciativa. Espero que os discursos diminuam no Brasil e também passemos à ação. O novo governo Bolsonaro tem uma oportunidade de ouro de chamar o feito à ordem e recuperar este Modal de Transporte há muito abandonado e sucateado no Brasil.
    Temos condições e geografia favoráveis em diversos trechos e regiões do Brasil e que, por certo, reduziriam os custos do transporte de cargas, operacionalizaria nossa logística de transporte, fazendo uma importante integração para alavancar negócios e dinamizar a economia.
    Ainda teríamos o ganho inegável para o meio ambiente, com a redução da poluição, para a saúde, com redução do número de acidentes e vítimas nas rodovias e equilíbrio de nossa matriz energética. Vantagens não faltam, agora é “arregaçar as mangas” e partir para construir o futuro que nós desejamos.

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