Engenheiro explica regra básica para carregamento correto

Revista Carga Pesada

O centro de gravidade da carga deve coincidir com o centro geométrico (o meio) da carreta. Essa é a regra básica do carregamento, conforme explica o engenheiro mecânico Rubem Penteado de Melo, da TRS Engenharia, de Curitiba. Ela vale para quase todos os conjuntos, exceto para o 2S3 com carreta longa (mais de 14 metros). “Para quase todos os modelos, se a carga estiver na quantidade correta e ocupar toda a carroceria, não teremos problemas nas balanças”, afirma.

Se a carga não ocupa todo o comprimento do conjunto, é preciso deixar espaços iguais na frente e na traseira. “Lembrando de amarrar a carga para não tombar.”

A questão é: em carga de grande densidade, basta centralizá-la também?

“Não. Dependendo da densidade, a carga muito concentrada pode deformar, entortar o chassi da carreta ou até causar trincas, especialmente próximo à mesa do pino-rei”, responde o engenheiro.

Ele ressalta que as carretas convencionais são projetadas para cargas distribuídas, não para as concentradas. “Para cargas concentradas são indicadas carretas especiais,como pranchas ou carrega-tudo”, informa.

Para resolver o problema na carreta convencional é preciso separar a em dois pacotes: um sobre a quinta roda e outro na suspensão da carreta. “Mas, nesse caso, tem uma continha para fazer. É preciso verificar se o centro de gravidade da carga ainda está no centro geométrico da carreta”, declara.

Mesmo com dois “pacotes”, de acordo com ele, é possível equilibrar facilmente os pesos “P1” e “P2” e manter o centro da carga na posição correta. A regra é simples para quando se tem carga com a mesma densidade: uma média ponderada. Veja a equação abaixo. O L representa o comprimento interno.

“Se o resultado da esquerda for igual a L/2, a distribuição está perfeita. Se o resultado for maior que L/2, a carga está traseira. Se o resultado for menor que L/2, a carga está dianteira”, explica. Para corrigir a distorção, é preciso ir alterando o valor de “D” até acertar o resultado. “Isso vale para quase todos os tipos de carretas, exceto 2S3 com carreta longa”, reforça.

“Nada que uma calculadora de R$ 1,99 e uma trena não resolvam!”