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Adiada a entrega do Viaduto das Almas

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Foi o quinto adiamento da liberação do viaduto. Espera-se que seja inaugurado em 30 de março. É bonito, mas não há certeza de que os acessos sejam seguros contra acidentes

Luciano Alves Pereira

Não deu pra ser no mês do carnaval. Melhor assim. Para não faltar com o respeito e quebrar a quietude dos mortos – são quase 80 que se foram ao longo dos anos em acidentes brutais no Viaduto das Almas, km 592 da BR-040, município de Itabirito (MG). Por culpa da chuva ou do ‘moleiro’ (terreno mole), pela quinta vez, foi adiada a inauguração e liberação do novo elevado de 460 metros de comprimento, em asfalto duplo e reto. A nova data agora é 30 de março, uma terça-feira pré-Semana Santa.

Independente de os adiamentos terem relação com a candidata Dilma Rousseff − presença garantida no dia −, caberia comentar a duradoura omissão de vários ministros (dos Transportes) e diretores do extinto DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), que sempre souberam da urgência na adequação da passagem, mas limitaram-se a mudar o nome oficial para Viaduto Vila Rica, acreditando estarem afastando o mau agouro.

O “S” desnecessário num dos acessos: a ameaça de acidentes continua

O atual senador Eliseu Resende tem culpa nesse cartório. Por volta de 1980, era ministro e candidato ao governo de Minas e promoveu várias obras na região, mas calou-se diante dos riscos daquela ‘pinguela’ afunilada.

CURVA EM “S” − Frustrações à parte, o novo das Almas ganhou o nome de Márcio Rocha Martins, mas o original, que se deve ao córrego do fundo do vale, vai ficar na memória de muitos. Quanto ao futuro emprego da nova pista (sempre dupla), de 3,6 quilômetros − viaduto mais acesso −, ouvem-se críticas a respeito do seu traçado.

Alguns caminhoneiros ainda nem experimentaram, mas não entendem por que foram mantidas as curvas das extremidades do viaduto. Raciocínio lógico: se a obra é moderna e custou mais de R$ 40 milhões, o máximo de riscos deveria ter sido eliminado. No entanto, na descida da Serra da Ferteco (km 593), uma curva braba só perdeu um tico de veneno, enquanto na outra ponta, no km 591, permanece um traçado em “S” desnecessário. A ameaça de tombamento continua embutida.

Pelo visto e sentido, o DNIT terá de instalar uma lombada eletrônica na chegada do “S”. Na Semana Santa começam – acredita-se – os testes práticos. Antes disso, a pista ascendente deve ser liberada, iniciando-se a aposentadoria do viaduto inaugurado pelo presidente JK, em 1957, que bem poderia virar monumento em homenagem a tantos que morreram ali.

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