Apesar de liminar obtida na Justiça, Fernando Pitanga ainda não conseguiu o remédio do qual depende para sobreviver
Nelson Bortolin
Uma corrida contra o tempo. Para o caminhoneiro baiano Fernando Pitanga, 43 anos, não dá mais para esperar. Sua vida depende de um remédio fabricado nos Estados Unidos, o Nivolumab, que custa no Brasil cerca de R$ 12 mil a dose. O tratamento imunoterápico consiste em duas aplicações da droga por mês por tempo indefinido.
Para Pitanga, que luta contra um tipo agressivo de câncer, o melanoma metastático, quimioterapia e radioterapia estão fora de cogitação, segundo os médicos.
Sem recursos, a família foi à Justiça e conseguiu uma liminar obrigando o SUS a oferecer o remédio, que ainda não chegou a ele. Questionada pela Carga Pesada, a assessoria da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que o Nivolumab foi comprado dia 4 de maio. E que o fornecedor tem prazo até sábado (19) para entregá-lo. “Estou muito preocupada com Fernando. Ele já não anda, só come comida batida”, conta Monaliza, a mulher do motorista.
Em 2010, o baiano foi o campeão do concurso Melhor Motorista de Caminhão do Brasil. Seis anos depois da consagração no campeonato da Scania, descobrir o câncer. Fez cirurgia para retirada do tumor de pele, passou por tratamento, e voltou a trabalhar.
Em 2017, a doença voltou atingindo fígado e pulmão. Como autônomo, Pitanga travou uma guerra com o INSS, que lhe negou benefício. Precisou buscar a Justiça para conseguir receber. Durante algum tempo, o motorista e a família sobreviveram da solidariedade dos amigos caminhoneiros, que fizeram uma campanha de arrecadação na internet . “A gente passou mais de seis meses vivendo do que os caminhoneiros depositavam. Se os amigos do Fernando não tivessem se sensibilizado, a gente não tinha como viver”, conta a mulher. Depois da disputa jurídica, o benefício foi concedido até agosto deste ano.
No Facebook, a guerreira Monaliza faz uma campanha para que o maior número de pessoas ajude a pressionar o governo da Bahia a entregar o medicamento o mais rápido possível. Se você quiser apoiá-la, clique aqui.
1 comentário
Caro Nelson Bortolin. A Scania não poderia, através de seu departamento comercial, em ação de marketing e solidariedade ajudar este batalhador que tanto ajudou a divulgar a marca Scania no Brasil e além fronteiras ?
Pelo que li sobre o Fernando Pitanga ele tem as credenciais necessárias para este tipo de ação sócio publicitária da Scania ou de qualquer outra empresa do ramo que resolvesse encampar esta ideia.
Fica o registro e a sugestão, que espero com fé em Deus, chegar aos canais certos para que este Guerreiro das Estradas ainda tem muitos dias de convivência com seus familiares e amigos.
Força Fernando !