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Política preocupa presidente do G10, que tem evitado excesso de notícia

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Para o empresário Cláudio Adamuccio, não é hora de se endividar

Além da pandemia da Covid-19, a crise política no governo do presidente Jair Bolsonaro pode tornar-se um problema para a economia brasileira. O presidente do G10 e diretor Administrativo da Transpanorama, Cláudio Adamuccio, de Maringá (PR), afirma estar “levemente preocupado” com as turbulências da política. E conta que tem visto menos o noticiário para não se contaminar com as más notícias.

O empresário concedeu uma entrevista por Skype à Revista Carga Pesada, na qual avaliou o cenário nacional.
O novo coronavírus causou prejuízos ao transporte de carga que variam muito conforme o segmento. As cargas transportadas sofreram redução de 10% a 80%, de acordo com Adamuccio.

A operação dos Correios foi a que teve menos prejuízos. Já as cargas destinadas às grandes redes varejistas foram as mais afetadas.  “O transporte de etanol e gasolina reduziu algo em torno de 50%.”

O empresário afirma que as primeiras três semanas da crise, em março, foram caóticas para o setor, uma vez que os Estados e municípios tinham regras de isolamento diferentes.

A Transpanorama, de acordo com Adamuccio, mandou para casa os motoristas integrantes dos grupos de risco e ofereceu férias para aqueles que estavam com receio de viajar. “Para minha surpresa nem 1% pediram para ficar em casa.” Ao todo são mais de 2.100 motoristas no G10.

Muita gente que trabalha em outras funções passou ao regime de home office. O empresário acredita que, passada a pandemia, parte do quadro de funcionários vai seguir trabalhando em casa.

Veja no vídeo:

A pandemia, na visão de Adamuccio, promoveu melhora na imagem do caminhoneiro perante a sociedade. Segundo ele, o País percebeu que o profissional exerce atividade tão importante quanto à do pessoal da saúde. “Sem o alimento chegar (na casa dos brasileiros), teríamos uma crise tão grave como a sanitária.” “O motorista está sendo ressignificado como peça fundamental para a sociedade.”

Adamuccio acredita que a infraestrutura para atender os caminhoneiros nas estradas vem melhorando com a popularização dos smartphones e o poder de disseminar informações que a categoria adquiriu. Os motoristas gravam imagens de locais inadequados e fazem com que elas circulem nas redes sociais. “Viraliza num minuto”, afirma.

Questionado sobre a crise política no governo federal, Adamuccio afirma estar “levemente preocupado” e conta que tem visto menos o noticiário para não se contaminar com as más notícias. Para ele, há duas correntes hoje no Brasil (uma que apoia e outra que critica o presidente Jair Bolsonaro). E muita gente só se preocupa “com seu umbigo, com as eleições de 2022”.

“Tento não fazer uma imersão (no noticiário) porque tenho uma empresa e mais de 3 mil famílias que tenho de pagar o salário no fim do mês. Se eu ficar fazendo conjecturas, posso perder a serenidade para tomar as decisões mais assertivas na empresa”, declara.

Adamuccio, cuja empresa tem forte atuação no transporte graneleiro, diz que a elevação do dólar neste ano fez com que o produtor vendesse sua safra mais cedo, acelerando o transporte. E este fato somado à redução do valor do diesel beneficiou também o transportador. “Iria ser um ano péssimo e virou um ano normal.” “O transporte estava caótico e hoje está entrando numa normalidade com baixíssima rentabilidade.”

O empresário ressalta que as empresas mais alavancadas são as que correm mais risco na pandemia. “As que estavam com elástico puxado ao máximo terão muita dificuldade.” “Teremos sim um grande número de empresários ou quebrando ou perdendo parte do patrimônio”. “Empresa com alavancagem excessiva não vai aguentar.”

Ele diz que as carências dadas pelos bancos nos empréstimos e financiamentos e os adiamentos de impostos oferecido pelo governo é uma boa medida para as empresas estruturadas. “Mas se empresa estava desarranjada ela empurra para frente o que o governo permitiu (PIS, Cofins, FGTS), mas daqui a quatro meses vai pagar o do mês e o de agora. Vai ter uma sobrevida, mas lpa na frente tropeça.”

Adamuccio afirma que hoje o empresário hoje tem medo de morrer de Covid19. E que não é hora para investimentos. “Não é o momento de ele investir e deixar uma empresa bagunçada para a família.”

O G10 tem uma frota de aproximadamente 1.900 veículos. E transporta 12 milhões de toneladas dos mais diversos produtos por ano.

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