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Número de pontos críticos surpreendeu CNT

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O crescimento de 50% no número de pontos críticos nas rodovias – de 1.739 para 2.610 ocorrências de 2021 para 2022 surpreendeu inicialmente a própria Confederação Nacional do Transporte (CNT). Mas depois, analisando os dados, ficou mais fácil de compreender. “Desde 2014 a gente (o País) vem diminuindo o volume de investimentos em rodovias. Depois de um período longo com pouca manutenção acontece que as rodovias elas chegam a um limite”, afirma o diretor executivo da entidade, Bruno Batista. “Uma hora iria acontecer uma explosão de casos como agora”, complementa.

Para ele, o estudo revela a tradição de o Brasil não priorizar o transporte, especialmente o rodoviário. “Uma má gestão junto com baixos investimentos leva a isso.”

Expectativas para 2023

O lado bom da história, segundo Batista, é que o novo governo alocou R$ 18 bilhões na pasta de transporte, quase quatro vezes mais que o do ano anterior. “Existe uma possibilidade de se fazer investimento neste ano.” A dúvida é se o governo vai conseguir gastar esse valor. “Não basta só ter recurso autorizado. Se o recurso não for devidamente investido, a situação não se altera.”
Distribuição de recursos não é linear

O fato de Minas Gerais estar com a pior situação de rodovias entre os estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, segundo o diretor, tem a ver não só com o tamanho da malha mineira (a maior do País) mas com a própria topografia do Estado. “Elas passam por terrenos muito montanhosos.”

Além disso, ele lembra que a distribuição de recursos federais para os Estados cuidarem da malha federal não é linear. “O estado não recebe de acordo com o número de km de rodovias que têm. A divisão acontece mediante muitos outros fatores. Provavelmente Minas vem recebendo menos recursos do que deveria.” “Por isso pode acontecer de uma mesma rodovia federal estar num bom estado num estado e muito ruim em outro.”

Sobre o fato de o Paraná ter melhorado justamente no ano em que ficou sem concessão de rodovias, ele diz que também foi uma “surpresa” e que é preciso esperar o estudo de 2023 para se entender melhor esse aspecto do estudo.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Paraná (Setcepar) não acredita que houve melhora nas pistas (clique aqui e leia mais).

Questionado se há viabilidade econômica para se fazer concessões no Norte/Nordeste e resolver os principais gargalos do País, Batista responde que não, pelo menos não no modelo tradicional. “Para ter viabilidade econômica a rodovia tem de ter um fluxo grade. Do contrário não remunera o investir. Por isso, o papel do Estado é insubstituível.”

Ele ressalta que o Brasil já tem uma extensão de malha concedida bastante grande. “O estado precisa assumir a responsabilidade que é dele. Uma responsabilidade que talvez não esteja executando de forma devida.”

Uma solução para cuidar das rodovias com pouco tráfego seriam as parcerias público-privadas. “Existem muitas possibilidades diferentes que são aplicadas em vários países.”

Por último, o diretor diz que o Brasil fez um esforço enorme para construir sua malha rodoviária, que é um grande patrimônio nacional. E que é preciso cuidar melhor dessa estrutura.

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