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Reforma tributária é prioridade, diz empresário

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Presidente do Setcepar acredita que Jair Bolsonaro irá simplificar cobrança de impostos

Nelson Bortolin

Marcos Egídio Battistella

Uma reforma tributária que simplifique a vida do empresário. Essa é a principal medida que o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes do Paraná (Setcepar), Marcos Egídio Battistella, espera do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que tem início dia 1º de janeiro de 2019. “Temos tudo para ir para frente. Ele prometeu ajudar as empresas”, alega.

A quantidade de impostos e taxas, de acordo com o empresário, é muito grande e as empresas perdem muito tempo para administrá-las. Ele acredita que, se o sistema fosse mais simples, o governo teria mais controle sobre os impostos e a sonegação diminuiria. “Assim, todo mundo pagava certinho e haveria espaço para se pagar menos”, ressalta. O empresário acredita ainda que a medida estimularia os informais a regularizarem seus negócios.

A simplificação do sistema de cobrança de impostos também é uma das principais reivindicações de Tayguara Helou, presidente do sindicato das empresas do setor em São Paulo, o Setcesp.

DIESEL

Battistella também espera que Bolsonaro mantenha a atual política de ajustes do  preço  do diesel e não volte com as oscilações diárias. “A gente acredita que a Petrobras precisa fazer os ajustes conforme o mercado internacional, mas precisamos trabalhar com o mínimo de previsibilidade. Se ficar como está hoje é razoável”, alega.

Questionado se espera alguma mudança na lei trabalhista, devido às declarações de Bolsonaro de que os brasileiros precisam escolher entre ter empregos e direitos, ele afirma que não. “Nem mesmo a reforma mexeu nos direitos trabalhistas. Ela apenas deixou a relação do empregador com empregado mais clara. Acho que está bom assim”, afirma.

FALA CAMINHONEIRO

Diego Martins

Nas estradas, a expectativa é que Bolsonaro mantenha as tabelas de frete. “Ele disse que apoia os caminhoneiros”, justifica Diego Martins, autônomo de Cambé (PR). Implantada para atender os caminhoneiros que fizeram greve em maio, as tabelas melhoram a receita de Martins em cerca de 20%. “Agora dá para pagar manutenção do veículo”, diz ele que transporta carga em geral.

O gaúcho Cláudio Silva diz que sua vida melhorou bastante com a implantação das tabelas. “Depois que entrou o frete mínimo consigo fazer manutenção no caminhão, trabalho mais sossegado. Sem a tabela não tem margem para trabalhar”, alega.

Assis Silveira, autônomo de Santo Antônio da Patrulha (RS), garante que não pega nenhum  trabalho com preços menores que os das tabelas. “Me ofereceram um frete por R$ 4 mil (de Londrina ao Rio Grande do Sul). Na tabela deveria ser por R$ 5.934. Não peguei. Vou ficar esperando.” Silveira diz que antigamente pagava para trabalhar. “Hoje eu posso até comprar pneus”, declara.

Se o próximo governo não mantiver a tabela, o motorista diz que a greve será imediata. “E vai ser pior que a deste ano.”

Eduardo Aparecido Vanso, de Londrina, acredita que as tabelas serão mantidas. “Já mostramos nossa força. Se  tentarem tirar a tabela, nós paramos de novo. Tem de parar.”

Clóvis Marcondes

Já quem transporta grãos ainda não viu a tabela funcionar. “Ninguém paga a tabela não”, diz Clóvis Alberto Marcondes, de Tamarana (PR). Mas ele tem fé no novo governo. “Espero que mude muita coisa, principalmente que baixem os preços do diesel e do pedágio. Deus abençoe que ele (Bolsonaro) resolva isso.”

Marcondes diz que  nunca viu funcionários das Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) fiscalizando o cumprimento da tabela. “Daqui (Londrina) para Paranaguá, estão pagando R$ 48, R$ 50 a tonelada. Pela tabela tinha de ser R$ 90”, conta.

“Nunca carreguei pela tabela. Não conheço ninguém que consegue receber o valor da tabela”, afirma Renato Marcos da Silva. Ao contrário dos colegas, ele não se sente otimista com o novo governo. “Acho que vai continuar do mesmo  jeito. A gente vai empurrando com a barriga.”

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