Para Cláudio Adamuccio, resolução do Contran não surtiu efeito e “inviabilizou” os 7 eixos
Nelson Bortolin
A resolução 210 do Contran, que obriga o uso de tração 6×4 nos bitrens de 7 eixos fabricados a partir de 2011, não surtiu o efeito esperado. O mercado preferiu substituir a configuração de 57 toneladas pelos bitrens de 9 eixos (74 toneladas), os 8×2 com LS (54,5 toneladas), ou as carretas com eixos distanciados, as vanderléias (53 toneladas). E essas combinações seriam menos seguras e mais danosas ao pavimento.
Esses são os argumentos do empresário Cláudio Adamuccio, presidente do G10 – grupo de transporte de grãos de Maringá – para defender a volta dos cavalos 6×2 nos bitrens de 7 eixos, conforme prevê o projeto de lei do marco regulatório do Transporte Rodoviário de Carga (TRC), aprovado na Câmara dos Deputados e em tramitação no Senado.
“Por força de lei não se administra o mercado. Quando a lei proibiu o 6×2 no bitrem, o mercado foi para os 9 eixos, que são mais compridos e dificultam a ultrapassagem, ou para as carretas de eixos distanciados, que não são tão amigáveis ao pavimento. Então, o efeito da lei foi nulo”, afirma Adamuccio.
O mercado, diz o empresário, foi buscar alternativas “viáveis economicamente”. Segundo ele, não é a diferença de preço entre um cavalo 6×2 e um 6×4 – “em média R$ 18 mil” – que fez os frotistas deixarem o bitrem de lado. “Na realidade, o transportador não gosta dos 6×4 porque pesam 800 quilos a mais e consomem 3% a mais de diesel”, alega. Carregando 800 quilos a menos de carga e gastando mais combustível, os bitrens teriam ficado inviáveis.
“Sou favorável que volte (o 6×2). Não é o melhor dos mundos, mas é melhor que os eixos distanciados e melhor que um 9 eixos. Em relação ao custo-benefício, o bitrem com 6×2 é mais amigável e vantajoso para o país como um todo”, defende.
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