SETEMBRO DE 2010
Será? – perguntam os incrédulos. É melhor pensar positivo. Em setembro uma metade foi liberada e já reduz os riscos dos passantes.
Luciano Alves Pereira
Pelo visto, as preces do quase-beato José Natan foram ouvidas. Pelo menos em parte. No princípio de setembro, uma das pernas do novo viaduto das Almas foi liberada, no sentido Rio de Janeiro. Natan é presidente do SUBC – Sindicato da União Brasileira dos Caminhoneiros, de Belo Horizonte, e encomendou uma missa rezada no local. Ainda que pela metade, o líder classista ressaltou a graça alcançada. “A liberação vem a tempo de salvar vidas”, comentou. Na sua soma, naquele km 592,5 da BR-040 (antiga BR-3), “pelo menos 200 pessoas morreram”.
Esse número é controverso, porque o jornalista Paulo Henrique Lobato, do O Estado de Minas, realizou paciente pesquisa nos registros do próprio periódico. Encontrou 75 mortos, desde pelo menos 43 anos, quando ali caiu o ônibus 1510, da Viação Cometa, causando 14 vítimas fatais. Entre estas, a apresentadora da extinta TV Itacolomi, Zélia Marinho. Qualquer beócio do ramo entenderia que o ponto crítico ‘prometia exuberância estatística’, mas o que fizeram foi só mudar o nome do viaduto para Vila Rica.
Assim, em 12 de setembro, depois de sete adiamentos, foi aberta a pista ascendente do novo elevado, que tem o nome oficial de Márcio Rocha Martins. Desde então, o fluxo de trânsito desce da serra da Ferteco em mão única, rumo a BH, usando o elevado antigo só para baixo. Ficam eliminados os riscos de colisões frontais e precipitações de 30 metros de altura. Reduzem-se também os perigos do absurdo afunilamento de uma pista multivias de 30 m de largura para 9 m e 262 m de comprimento do tabuleiro em curva.
Nas extremidades dessa passagem, duas lombadas eletrônicas multam os ‘velocistas’ acima de 60 km/h. A improvisação é por pouco tempo, garantem fontes. Em novembro, os dois lados do viaduto estarão liberados. Já os primeiros caminhoneiros e motoristas, estreantes da nova rampa, acharam uma maravilha, comparada com o que era feito antes. Pelos valores informados pelo DNIT, no final, a eliminação do ponto crítico chamado Viaduto das Almas custará