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EUA querem meninada sub-21 ao volante de carretas

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Senado americano recebe projeto de lei que pode admitir gente bem mais jovem como motorista profissional de longo curso no serviço interestadual

LUCIANO ALVES PEREIRA

Faz tempo que o TRC americano lida com dificuldades no recrutamento de motoristas para o serviço de longo curso, principalmente. Porta-vozes da ATA (associação americana das transportadoras de carga) apontam várias razões para a escassez desse tipo de mão de obra. Ficar fora de casa por dias e questão salarial são apontadas como algumas das causas. Outras entidades acham que tal déficit está ligado ao crescimento da economia local e, por consequência, ao aumento da oferta de empregos.

Contrariamente ao que acontece no Brasil, lá as providências não esperam a tempestade cair e as valas alagarem. Com o objetivo de aumentar a oferta de profissionais, três senadores em Washington DC (todos do Partido Republicano) entraram com projeto de lei admitindo que jovens “a partir dos 18 anos de idade possam dirigir carretas nas puxadas interestaduais, sob certas condições”. Assim, a futura lei pelo Desenvolvimento de Indivíduos Responsáveis para uma Economia Vibrante (sic) cria um programa de treinamento dedicado, que permite habilitar jovens sub-21 e torná-los estradeiros.

Os planos são de ofertar um aprendizado que capacite a operação segura de veículos comerciais, “acima dos padrões mais rigorosos de segurança e exige carga de 400 horas de trabalho na atividade como um todo, sendo um mínimo de 240 horas de direção, acompanhado de instrutor experiente”. É o que propõe o texto a ser votado.

Tem mais. Visando o rodar seguro, o projeto especifica que o caminhão usado no treinamento seja equipado com sofisticada tecnologia de segurança, incluindo sistemas de frenagem ativa para a mitigação de colisões. Pede ainda monitoramento por câmeras de gravação de eventos e, finalmente, velocidade máxima de 60 milhas/hora (104 km/h), controlada diretamente no dispositivo de injeção do motor ou outro recurso do câmbio.

O presidente da ATA, Chris Spear, concorda que a lei do Dirigir Seguro (Drive-safe act) “poderá abrir a porta para milhões de americanos à procura de uma carreira e acesso à classe média, graças ao treinamento desses mais jovens de ambos os sexos, os quais movimentarão os caminhões de forma segura e confiável”. Já Mark Allen, presidente da associação internacional de distribuidores de alimentos (embarcadores), além de aprovar a iniciativa, espera que o projeto “reforce a cultura da direção segura, acima dos padrões vigentes”.

A futura legislação conta com apoio de várias entidades classistas patronais, mas há divergência. A associação de autônomos locais assinou manifestação de autoria de vários grupos relacionados com o assunto, opondo-se à liberação. A entidade acha que “a habilitação dessa juventude tão verde vem em detrimento da segurança rodoviária, passando ao largo da questão salarial, que é causa central da escassez de motoristas”.

Outro opinante, participante da questão, assina como John e manifestou-se em ‘desacordo’. “Infelizmente, degustar hambúrgueres e dirigir caminhões pesados são coisas diferentes. Olhe em volta que à galera faltam maturidade e tempo de direção, mesmo que seja em carros pequenos.”

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