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2016 deve ser melhor para o transporte de grãos

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Nelson Bortolin

Em 20 de novembro, o Boletim Focus, do Banco Central, previa que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, depois de uma queda estimada em 3,15% em 2015, vai continuar encolhendo em 2016, só que o prejuízo será menor – previsão de 2,01%. Ou seja, a crise econômica em que o País se meteu ainda vai perdurar por muitos meses, na visão do próprio governo.
Isso é sinal de que o cenário para o transporte rodoviário de carga também será de mais um ano de muita dificuldade. Mas há quem esteja otimista, pelo menos o pessoal do segmento de grãos.
Os empresários que atuam nesta área acham que a oferta de caminhões na safra 2015/16 será menor que na anterior. Razão principal: as vendas de caminhões novos diminuíram quase 50% em 2015. Além disso, muitas empresas faliram, muitos veículos foram apreendidos pelos bancos devido à falta de pagamento e muita gente abandonou a atividade do transporte rodoviário.
Já a necessidade de transporte será maior. Em novembro passado, a Conab previa que o Brasil vai colher 102,8 milhões de toneladas só de soja – 6,8% a mais que na safra anterior.
Com mais grãos no campo e menos caminhões nas estradas, os empresários calculam que o frete só pode melhorar. “Já estamos com falta de frota. O frete está melhor hoje (25 de novembro)”, contou o empresário Dirceu Capeleto, da Transportadora Bergamaschi, de Rondonópolis (MT).
Essa informação é confirmada pelo levantamento periódico do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). De 8 de outubro para 19 de novembro, o frete de Campo Verde para Paranaguá havia passado de R$ 205,50 para R$ 223,75 a tonelada. De Sorriso a Santos, tinha subido de R$ 291,75 para R$ 315. E de Rondonópolis a Maringá, de R$ 133 a R$ 145.
“Não houve reposição da frota. Tem muito bitrenzinho parado. Tem 6×2 que saiu para outro tipo de transporte. Milhares. Os rodotrens de 25 metros não descarregam em muitos lugares. O bitrenzão transformado não roda em São Paulo”, explica Capeleto.
Para ele, a relação de poder entre embarcadores e transportadores se inverteu. “Nos últimos anos, o embarcador perguntava: ‘O que você tem para me oferecer além do frete?’ Agora nós é que perguntamos o que o embarcador tem para nos oferecer além da carga.”
Capeleto lembra que a produção de uma safra muito grande sempre exige o transporte de grandes volumes de outros produtos, necessários para a obtenção desse resultado no campo. “São milhões de toneladas de insumos, defensivos e combustíveis para gerar essa produção maior”, ressalta.
Apesar dessas razões para otimismo, o empresário diz que a safra “não será uma maravilha” para o transporte. “O setor está descapitalizado, endividado, desmotivado, e foi estrangulado pelos embarcadores. Mas a situação vai ficar menos ruim. Estamos saindo da linha do prejuízo”, declara. A Bergamaschi, na verdade, vem procurando diversificar sua atividade. Os grãos chegaram a representar 60% das cargas da empresa; hoje, são 40%. “Continuo nessa linha. O transporte graneleiro é difícil demais.”
O diretor executivo da Associação dos Transportadores de Mato Grosso (ATC), Miguel Mendes, concorda com o diagnóstico de Capeleto. “Muitos caminhoneiros autônomos, pequenas, médias e grandes empresas deixaram o transporte de cargas. A crise já vem do segundo semestre de 2014. Por isso, para esta safra, acreditamos num melhor equilíbrio entre oferta e procura, e os fretes vão subir”, afirma.
Ele contou que os embarcadores estavam procurando acertar preços para a safra no final de novembro, mas poucos transportadores estavam fechando negócio. “Há uma grande expectativa de reação do frete”, justifica.
Outro que acredita que 2016 será um ano melhor é Cláudio Adamuccio, presidente do G10, de Maringá, maior grupo graneleiro do País. Segundo ele, nos últimos meses de 2015, a situação já melhorou, devido à disparada do dólar e à vantagem que o câmbio trouxe para o agronegócio. “O segundo semestre de 2015 está melhor que 2014. E 2016 será melhor ainda”, afirma.
Só encontramos uma voz discordante nesse meio: a do superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Maringá (Setcamar) e vice-presidente extraordinário para o Agronegócio da NTC&Logística, Geasi Oliveira de Souza.
Para ele, haverá caminhão sobrando para o transporte da safra. “Os veículos das empresas que fecharam foram absorvidos pelo mercado”, afirma. Na opinião de Geasi, os caminhoneiros que não conseguiram arcar com os financiamentos foram trabalhar de empregados para empresas de transporte de grãos que adquiriram seus caminhões. E a queda nas vendas de veículos novos em 2015 terá pouco impacto, pois o mercado se manteve aquecido por muitos anos seguidos. “Além disso, as despesas com os insumos que compõem o frete estão subindo dia após dia e o frete não acompanha.”
Geasi diz que a safra será parecida com a de 2014/15. “Nos primeiros 45 dias, vai ser aquela loucura, todo o mundo precisando de caminhão, e o frete vai reagir. Depois volta a ficar ruim pelo resto do ano.”

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