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65% das empresas de transporte têm dificuldade para contratar motoristas

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CNT relaciona escassez de profissionais e envelhecimento da categoria a riscos de mudanças no regime 6×1

Fonte: Agência CNT Transporte Atual

A falta de motoristas qualificados está entre as maiores preocupações do transporte rodoviário brasileiro. De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), 65,1% das empresas do setor enfrentam dificuldade para contratar profissionais. Além disso, a idade média dos caminhoneiros chegou a 46 anos, e 22% deles já têm mais de 50, o que indica uma força de trabalho que envelhece sem reposição adequada.

O tema foi destaque na audiência pública realizada na segunda-feira (10) na Câmara dos Deputados, em Brasília, para discutir o regime de escala 6×1 — seis dias de trabalho por um de descanso. O evento foi solicitado pelos deputados Luiz Gastão (PSD/CE) e Luiz Carlos Motta (PL/SP) e integra as atividades da Subcomissão Especial da Escala de Trabalho 6×1.

As autoridades presentes destacaram a importância de avaliar os efeitos do atual regime de seis dias de trabalho por um de folga na saúde e na vida social dos trabalhadores. Representando a CNT, o assessor trabalhista Brunno Batista Contarato chamou a atenção para os riscos que uma mudança abrupta na jornada pode trazer ao setor de transporte, especialmente diante da crescente escassez de mão de obra.

O assessor ressaltou que o transporte vive um cenário crítico de falta de profissionais. Segundo ele, qualquer alteração no regime de trabalho impacta diretamente a mobilidade urbana, o abastecimento e serviços essenciais. Para Contarato, a simples contratação de mais trabalhadores não é viável diante da carência de mão de obra qualificada. No modal aquaviário, por exemplo, o déficit estimado até 2030 varia entre dois e quatro mil marítimos. No setor aéreo, estudos apontam a necessidade de 1,3 milhão de novos profissionais no mundo, nos próximos dez anos.

O assessor alertou que uma alteração repentina na jornada poderia gerar consequências diretas para a população. “A redução da escala poderia não garantir qualidade de vida se gerar inflação, levando o trabalhador a buscar um segundo emprego”, explicou Bruno. Segundo ele, o impacto poderia ser sentido na redução da oferta de ônibus, em entregas mais demoradas e na elevação de custos logísticos.

A CNT defende que eventuais mudanças sejam conduzidas por meio da ne

PEC propõe semana de quatro dias de trabalho

Enquanto o debate avança na Subcomissão, tramita na Câmara a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) nº 8/2025, que propõe uma carga semanal de quatro dias de trabalho e três de descanso, extinguindo a escala 6×1 e limitando a jornada a 36 horas semanais.

A proposta ainda será analisada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) e, se aprovada, seguirá para uma comissão especial antes de ser votada em dois turnos pelo Plenário.

A audiência contou com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, além de representantes de confederações patronais — CNC, CNI e CNA — e de centrais sindicais, como CUT, Força Sindical e UGT.

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