Um dos motivos é que, ao contrário do diesel fóssil, o biodiesel puro não possui enxofre que atua com uma espécie de bactericida natural. O diesel S10 leva esta denominação porque possui 10 PPM, partículas por milhão de enxofre. O S500 possui 500 PPM.
Para evitar a contaminação do biodiesel, é necessário o uso de bactericidas e fungicidas que previnem a formação de borra e o ataque de bactérias. Outro cuidado é a drenagem de água, quando necessária, tanto nos tanques de armazenamento, com as oscilações de temperatura, quanto nos motores com os filtros separadores tipo Racor.
A Scania também teve de fazer algumas modificações nos modelos Super 500R que serão abastecidos com biodiesel 100%. Segundo Gallão, uma das modificações diz respeito aos anéis do tanque pescador. De acordo com ele, quando exposto a borrachas e elastômeros, o biodiesel pode amolecê-las e danificá-las. Por isso, os anéis foram adaptados com uma matéria-prima mais resistente.
O silencioso tem saída direta, não tem cano de escape. Com isso, buscou-se compensar a diferença de poder calorífico entre o biodiesel e o diesel.
“Por último, nós colocamos um software no motor, com um flag a mais, que avisa o motor que ele está sendo abastecido com biodiesel. A calibração, todo sistema de injeção, é exatamente o mesmo do diesel”, conta Gallão. Tanto é que o sistema pode ser revertido e o caminhão voltar a ser abastecido com diesel normal.