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Febre entre verdureiros

DAF - Oportunidade 2024
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Uma suspensão alterada: alguns caminhoneiros acham que “melhora” a direção, outros dizem que não; engenheiros asseguram que piora“Essa moda começou com os trucks já faz muito tempo. Depois, veio para as carretas”, disse um autônomo.

Se existe um setor no qual as traseiras erguidas são uma febre, é o de transporte de hortifrúti, em que a maioria dos caminhões é de semipesados, com 16 a 29 toneladas. É só dar um pulo na Ceagesp, em São Paulo, para ver.

Flávio Rigueti, que transporta laranja, colocou um grupo de cinco molas a mais. “Sei que o calço é proibido. Fiz isso porque, na curva, o veículo ganha aderência, e o caminhão fica mais bonito”, afirma. Na verdade, tanto o calço como a mola são proibidos.

Clodoaldo Soares, ao lado de sua carga de abacaxi, disse que arrebitou a traseira do caminhão “porque, reto, ele dança muito. Agora, mais reforçado, ele é mais firme nas curvas. Ainda que digam que fica caminhão de boyzinho”. Soares tem 57 anos.

Tem gente que coloca mais mola para levar mais carga. Só que excesso de peso também é ilegal. “Tinha um feixe de 11 molas e agora tenho 24 molas. Além de reforçar o veículo, isso ainda me permite colocar mais peso”, declara Gustavo Henrique Soares de Almeida, que estava com uma carga de abóboras.

Já Amauri Fernando Rosa, 33 anos, que puxa melancia, só fez a mudança porque fica bonito, na opinião dele. “Não influencia nada na estabilidade”, declara. Seu colega Adriano Oliveira dá o mesmo motivo: o caminhão fica bonito.

Há os que não se rendem à “moda”. José Aldair Scalfoni mantém a suspensão original. “Acho inadequado mudar a suspensão, o veículo fica instável. O povo gosta dessa modinha, mas eu não concordo.”

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