Durante a solenidade de início da construção da fábrica em Guaíba (RS) nesta quinta-feira (24), a diretoria da Foton Aumark, que representa no Brasil a marca chinesa, reafirmou sua estratégia de priorizar inicialmente a produção de veículos leves e médios de 3,5 a 10 toneladas. Ficará para 2017 o início da produção dos caminhões médios e semipesados de 13, 15 e 17 toneladas. E os pesados para uma etapa ainda a ser definida.
Dentro da mesma linha de atuação, a empresa está montando uma rede de concessionárias voltada para os grandes centros urbanos com o objetivo de facilitar a assistência técnica a estes veículos leves e médios, de distribuição urbana, que normalmente rodam em curtas distâncias.
Das 23 concessionárias já definidas, 12 estão em funcionamento e a empresa planeja ter 90 casas até o início do funcionamento da fábrica, previsto para 2016. Até lá serão R$ 250 milhões em investimentos, sendo 50% com recursos próprios. Outros R$ 70 milhões deverão ser investidos nas operações comerciais e de distribuição.
O terreno é o mesmo onde deveria ter se instalado a Ford, antes da decisão da montadora americana de se transferir para a Bahia: uma área total de 1,5 milhão de metros quadrados, no município de Guaíba, na grande Porto Alegre, com 200 mil metros quadrados de área construída. A capacidade de produção será de 21 mil caminhões por ano.
“Contratamos executivos que já foram líderes em empresas tradicionais do setor. Além disso, estamos associados a uma marca chinesa que sozinha produziu 700 mil caminhões no ano passado, ou seja, mais que todas as indústrias americanas juntas”, comentou o presidente da Foton Aumark do Brasil, o economista Luis Carlos Mendonça de Barros. Um destes executivos contratados é Antonio Dadalti que atuou por muitos anos na Volkswagen e mais recentemente na Iveco.
Ex ministro no governo de Fernando Henrique Cardoso, Mendonça esclareceu que este projeto não é dele: “É da Foton no Brasil que viu na parceria com um grupo brasileiro maiores chances de êxito”, explicou ao lembrar a complicada tentativa de entrada da marca na Índia: “O grupo de chineses que foi para lá até hoje não conseguiu nem a licença ambiental para operar”, exemplificou.
A Foton definiu os mercados brasileiro, indiano e russo como prioritários na sua política de internacionalização. Diretores da matriz chinesa aproveitaram o evento para reafirmar que o objetivo é estabelecer uma parceria de longo prazo com o grupo de investidores brasileiros: “Desde 2010 estamos investindo em pesquisa de mercado com o objetivo de oferecer veículos adequados para o mercado brasileiro e com a melhor relação entre custo e benefício”.
Cerca de 80 unidades já estão rodando no Brasil. Os modelos de 3,5 toneladas, destaque até o momento, tem seu preço posicionado em torno de 18% abaixo do modelo líder deste segmento, o Daily da Iveco.
Os chineses não estão fazendo investimentos diretos na unidade brasileira, apenas transferindo sua tecnologia e escala. O parceiro da Foton Aumark será o governo do Rio Grande do Sul, via Badesul, a agência de fomento vinculada à Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SPDI) – inspirada no modelo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Participações (BNDESPar) que tem fatias de diversas companhias em carteira como forma para incentivar a indústria nacional.
“Preferimos atuar desta forma, com autonomia, sem ter que prestar contas constantemente aos chineses”, opinou Mendonça de Barros. Segundo ele a única ingerência da matriz tem sido no sentido de garantir o padrão técnico que tornou a Foton uma das maiores montadoras da China.
Um exemplo recente ilustra bem o caso: o air bag precisou ser introduzido nos caminhões para atender a legislação brasileira. Os chineses resolveram a questão em tempo recorde, em torno de seis meses, e com baixo custo, dada a escala com que estão habituados a operar. O preço final ficou em torno de US$ 200 por unidade.
Os caminhões da Família AUMARK, que passarão a ser produzidos no Brasil, terão ainda freios ABS, barras estabilizadoras, ar condicionado, vidros e travas elétricas, CD player, acelerador automático, projeto da cabina assinado pela Lótus, além do trem de força com motor Cummins e Caixa de câmbio ZF que possibilitarão um índice de 60% de nacionalização de componentes.
Ainda na busca por fornecedores para a montagem de caminhões no Brasil, um grupo de executivos da matriz chinesa visitou recentemente outros possíveis parceiros como a EDAG, Maxion, ZF, Dana, Metalsa, Eaton, Knorr, SPI, FPT e as empresas do Grupo Randon.
1 comentário
Tudo que é chines é de terceira categoria. Comprei um carregador de bateria e bateria chineses e saí de férias para as ilhas do pacífico em agosto 2013.
O carregador de madrugada explodiu junto com a bateria e botou fogo no lençol, tapete e quase ponho fogo em todo o hotel que são construídos basicamente de madeira de coqueiros naquela região.
Para apagar o fogo sozinho e com as mãos antes que saísse de controle me queimei bastante.
Tudo que é chines é perigoso, barato e sem qualidade.. Fuja!!!!
Graças a Deus podemos contar com a qualidade para não botar fogo em hotéis.