As filas para descarregar grãos em Santos desapareceram das rodovias. Concentram-se agora mais na origem da soja. Mesmo assim, quando chegam à Baixada Santista, os caminhoneiros não vão direto para o porto. No pico da safra, têm de esperar nos estacionamentos a um custo de R$ 40 ou R$ 45 por seis horas. É o que mostra a reportagem da Carga Pesada.
“Só tiraram o problema da estrada, saiu da vista. Mas a demora continua”, diz o caminhoneiro Jean Oliveira, de Goiás. Ele e um colega da Transportadora Mandacari, de Rio Verde, carregaram soja em Mineiros (GO) e estavam num estacionamento em Cubatão quando conversaram com a reportagem.
Segundo Jean, a viagem se dividiu em várias etapas. Primeiro, eles foram até Sumaré (SP), onde existe um agendamento para descarregar em Santos, da T-Grão. Chegaram às 16h30 e foram liberados para seguir viagem às 5h40 do dia seguinte, até Cubatão, onde caminhões esperam a chamada para descarregar em Santos. Ali existem estacionamentos para caminhões. Que são pagos, diga-se: o do Jean e seu colega custa R$ 40 por seis horas e mais R$ 2,50 por hora adicional. Às 10 horas, estavam em Cubatão, e às 5 da tarde continuavam esperando o “sinal verde” para tocar para o porto, no último dia 5 de abril.
Mais sorte tiveram os autônomos Reginaldo Vieira de Souza e André Luiz e Reginaldo, de Campo Grande (MS), que carregaram em Sorriso (MT), e também tiveram de parar na triagem em Sumaré. Chegaram lá ao meio-dia e foram liberados às 2 horas da madrugada. Era um comboio de quatro caminhões e deveriam se apresentar no Rodopark, em Cubatão, às 9 horas, mas tiveram problemas na estrada: um caminhão quebrou e acabaram chegando às 10h30. Mas estavam conversando com a reportagem quando o alto-falante do estacionamento anunciou, às 16h40, que eles foram agraciados e podiam seguir para o terminal da T-Grão no porto de Santos. Despedidas rápidas, saíram felizes da vida.
No EcoPátio, outro estacionamento de espera em Cubatão, o preço é mais alto: R$ 45 por seis horas e R$ 5 por hora adicional. “Não importa se você ficar só uma hora ou duas, são R$ 45 do mesmo jeito pelas primeiras seis horas”, explica o motorista José Almeida Queiroz, de Lucélia (SP). “Pior: você é obrigado a usar o estacionamento se estiver carregado, senão, não descarrega lá no porto. É como uma rede de pedágio, talvez o mais caro do Brasil. Tanto que o EcoPátio é administrado pela concessionária EcoVias”.
Clique aqui para ler reportagem completa da Carga Pesada sobre o escoamento da safra 2013/14.
2 Comentários
Isso é inexplicável, ser obrigado a ficar num pátio privado e administrado pela própria concessionaria da rodovia,,
Claro com impostos que a concessionaria tem que pagar para governo, o mesmo lucra muito mais do que as multas no caminhões parados nos acostamentos e
ainda deixa as pistas livres. Quando pensamos que vamos progredir e prosperar o poder publico consegue piorar mais do que está..
ESTOU A CINCO ANOS LONGE DO PORTO. NÃO TENHO SAUDADES NENHUMA DAQUELA IMUNDICE. TRABALHO SÓ NO INTERIOR PAULISTA. FAÇAM COMO EU. PAREM DE CARREGAR PARA O PORTO DURANTE A SAFRA E VÃO VER COMO TUDO MELHORA. PRECISAMOS NOS VALORIZAR, MAS ISTO NÃO ENTRA NA CABEÇA DOS AUTÔNOMOS. FAZER O QUE NÉ????