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MPT e confederação querem derrubar nova lei

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Nelson Bortolin

Revista Carga Pesada

 

Pelo menos duas instituições estudam propor na Justiça a derrubada da nova Lei do Descanso, de número 13.103, publicada dia 3 de março. Tanto o Ministério Público do Trabalho (MPT) quanto a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres (CNTTT) são contrários ao aumento da jornada de trabalho dos caminhoneiros previsto na lei. Em vez de 8 horas e 2 horas extras, os profissionais empregados agora podem trabalhar 8 horas e mais 4 extras por dia. Os autônomos que, pela lei antiga (12.619), podiam dirigir 12 horas, agora podem trabalhar 13 horas por dia.

Procurador Paulo Douglas Almeida de Moraes

Procurador Paulo Douglas Almeida de Moraes

O procurador Paulo Douglas Almeida de Moraes, do MPT em Mato Grosso do Sul, não quis detalhar os argumentos que o órgão vai utilizar para propor uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) e tentar derrubar a lei. “Há o princípio da vedação ao retrocesso social e outros dispositivos constitucionais que foram violados”, afirma ele que também não quis arriscar um prazo para o ajuizamento da ação.

Paulo Dougas explica que, no mundo jurídico, uma norma não pode restringir direitos já conquistados em legislação anterior. É o que chamam de princípio da vedação ao retrocesso social. Ele diz que caberá ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidir se ajuíza ou não a Adin, cujo texto será elaborado pelo MPT.

Segundo a lei federal 9.868, de 1999, podem propor Adins o presidente da República; o Senado, a Câmara dos Deputados e as Assembleias Legislativa; os governadores; o procurador-geral da República; o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; partidos políticos com representação no Congresso Nacional; e “confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional”. É o caso da CNTTT.

Luís Antônio Festino, da CNTTT

Luís Antônio Festino, da CNTTT

De acordo com Luís Antonio Festivo, diretor da entidade que representa os caminhoneiros empregados, a proposta de uma Adin será discutida em reunião com o departamento jurídico da confederação, no dia 24 de março em Brasília. “A tendência é entrarmos com ação de inconstitucionalidade, mas ainda estamos estudando”, conta.

Ele cita uma entrevista para a Carga Pesada concedida pelo advogado César Esmanhotto, do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Setcepar). Esmanhotto considera inconstitucional o fato de as regras da lei 13.103 valerem somente em estradas previamente determinadas pelo governo. “Vamos na mesma linha dele (Esmanhotto)”, explica Festino.

Negociações

O representante da CNTTT conta que a nova lei foi elaborada sem a participação de representantes dos caminhoneiros empregados. Segundo ele, a regulamentação da lei, que está sendo discutida atualmente em Brasília, também não conta com a representação da categoria. As comissões de trabalho formadas pelo governo só têm caminhoneiros autônomos. “Também não estão ouvindo os outros ministérios, como o da Saúde e do Trabalho. Para tentar resolver a paralisação nas rodovias, a presidente sancionou a lei sem discutir. Agora, só estão participando da regulamentação os autônomos e o pessoal do agronegócio”, conta.

lei do descanso - rota 90

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6 Comentários

  1. Na hora da paralisação não apareceu o Pai da criança, agora vem com essade inconstitussional. eta Brasil, só tem aproveitadores.

  2. Boa tarde temos que tomar cuidado e trabalhar em prol da categoria que a mais de 35anos vem sofrendo principalmente o autonomo

  3. Poucos entenderam a lei 12619/2012, essa lei foi chamada a lei do descanso, mas que na verdade era a lei que salvava vidas nas rodovias do país, com a nefasta alteração da lei, só quem está lucrando com isso são:Embarcadores, grandes empresas de transportes, pequenos interessados que hoje já são pequenos empresários autônomos que vão explorar a mão de obra de trabalhadores que terão somente o carne do INSS pagos como auxiliares de autônomos e o pior, o agro negócio, que vai continuar ditando regras no país e deixando a conta disso tudo para o povo pagar, são mais de 5000 mortes pôr ano nas rodovias do país e com custos equivalentes a mais de $500.000,00 reais, eles não estão nem aí, o lucro a cima de tudo, pagar frete bom e dar condições dignas para os motoristas “zero”,vão continuar com a escravidão nas rodovias, desculpem o desabafo, mas a moçada está bem cega, só na dor da pena é que vamos dar valor, escravidão acabou na época do império, só os cegos não estão vendo, que se dane os pedagios, os eixos baixados o diesel caro, eles empresários e governo tem mais é que se danar o que precisamos é que eles paguem o frete com todas essas coisas que eles enfiam na gente, temos que brigar por fretes justos e condições de nos abrigar nas rodovias e nos terminais e isso com qualidade de vida e não com a nossa exploração, desculpem o desabafo, mas esta é a nossa realidade !!!

  4. NÃO E PRCISO TRABALHAR 12 HORAS POR DIA,EU SÓ QUERO SABER OQUE VAI FICAR FAZENDO TANTO TEMPO PARADO NO PATIO DE UM P0STO. OS BELOS QUE TEMOS.

  5. Fábio Dutra Braga on

    Que tal começarmos a regularizar a trabalho deles também. Gestão na casa dos outros, como diz o veterano Dada Maravilha, é mamão com açúcar. Reforçando os dizeres do Alessandro e repetindo o dizer de um grande empresário mineiro no transporte, que foi presidente de Seteceng. O nosso maior problema é: Quem comanda o transporte, não entende nada do segmento. Que tal o procurador começar pelo o mais simples e já esta pronto: Fazer com que se cumpra a lei do pedágio e da diária que nos ajudaria muito.

  6. JOÃO CAVALHEIRO on

    eu acredito que eles vão empurrando com a barriga esse negocio de tabela de frete e eixo suspenço até os caminhoneiros se esqueçerem ai vira em pitça o sofrimento dos caminhoneiros como sempre

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