Proteções para o catalisador, injetor de uréia, válvulas pneumáticas e chave geral, além da vedação e realocação do radiador e do ar condicionado. Estas foram algumas das adaptações feitas no Volvo VM 270cv 6×4 rígido, modelo indicado para receber a cana e levá-la até os caminhões rodoviários com maior capacidade de carga, operação conhecida como transbordo.
Desenvolvido em conjunto com o Grupo Usaçucar – Usina Santa Terezinha – de Maringá (PR), o objetivo do projeto de engenharia da Volvo foi aumentar a produtividade na colheita reduzindo ao máximo as paradas para manutenção, comuns em operações severas como a colheita da cana.
Outra alteração foi aumentar a altura da suspensão dianteira em mais de 30 milímetros e, consequentemente, o ângulo de ataque do caminhão. A suspensão traseira também foi aumentada em mais 20 milímetros.
Para facilitar a montagem dos implementos, alguns chicotes elétricos também tiveram seu comprimento aumentado. O eixo traseiro foi reforçado e um sistema de bloqueio automático das rodas deu mais robustez ao conjunto que conta ainda com bloqueio do diferencial e caixa automatizada I-Shift.
As operações de transbordo são normalmente realizadas por tratores agrícolas que operam ao lado das colheitadeiras. Além do menor custo de aquisição, o uso dos VMs proporcionam velocidades médias maiores na lavoura, menor consumo de combustível e a possibilidade do aumento da produtividade já que o caminhão pode tracionar dois implementos de uma só vez. Além disso, como veículo emplacado, o caminhão pode se deslocar de uma região de colheita para outra enquanto a movimentação do trator demanda a necessidade de um caminhão adaptado para este tipo de transporte.
Na atual safra, que começou em março e vai até dezembro, a Usina Santa Terezinha já está fazendo 30% do transbordo com os 62 caminhões VM adquiridos nesta configuração. E a tendência da empresa – um dos maiores exportadores de açúcar do Brasil – é passar a utilizar apenas caminhões nas transferências de carga das 11 unidades localizadas na região Noroeste do Paraná.
Claes Nilsson, presidente do Grupo Volvo América Latina, participou da apresentação dos novos caminhões em uma das plantas da empresa em Maringá: “Nosso compromisso é oferecer a melhor solução de transporte para nossos clientes”, comentou na ocasião.
PARCERIA – Desde a aquisição de um modelo NL 10 em 1987, a Usina Santa Terezinha escolheu a Volvo como marca parceira para suas operações de colheita e transporte de cana. Atualmente, dos 1000 caminhões que compõem a frota total da empresa, nada menos que 932 são da marca Volvo.
“É um caminhão robusto que atende nossa necessidade operacional. E a assistência técnica da Rivesa, a concessionária local, garante nossa tranqüilidade durante a colheita, uma verdadeira operação de guerra que demanda as 24 horas do dia, sem parar”, explica Paulo Meneguetti, diretor financeiro do Grupo Usaçucar que tem mais de 20 mil funcionários trabalhando em 11 unidades industriais e agrícolas – dez no Paraná e uma no Mato Grosso do Sul.
O diretor deu números que mostram a dimensão do negócio da cana no País: “Enquanto as lavouras de grãos movimentam 200 milhões de toneladas, na cana movimentamos em média 600 milhões, ou seja, três vezes mais”. Em 2013, a Usina Santa Terezinha exportou 1,52 milhão de toneladas de açúcar e 121,68 mil metros cúbicos de etanol. O faturamento naquele ano chegou a R$ 2,02 bilhões.
A empresa foi fundada em 1961 pelos irmãos Meneguetti (Albino, Felizardo, Hélio, Irineu, José e Mauro), que se associaram ao cunhado Alberto Seghese e à irmã, Terezinha Meneguetti. Juntos, eles transformaram um pequeno engenho de aguardente localizado no distrito maringaense de Iguatemi em uma fábrica de açúcar e iniciaram o que é atualmente um dos maiores complexos sucroenergéticos do Brasil.