Ralfo Furtado
Quando Luis Antonio Gambim assumiu a direção comercial da DAF, a montadora tinha menos de 1% de participação de mercado. Em 50 dias, este percentual mais que dobrou chegando a 2,17%. “Neste período, vendemos 260 caminhões, 120 pela fábrica e 140 pela rede de concessionários”, declara.
“Nós estamos em uma curva inversa do mercado: estamos contratando e investindo. Nossa fábrica tem 200 funcionários, não 5 mil. É bom ser pequeno num momento como este. Nós não temos gordura, só músculo. A gente enxerga o momento como oportunidade”, afirma.
Segundo ele, a meta é ter uma participação de 3,5% no mercado de venda de caminhões “HDV” (acima de 23T) até o final do ano. O tamanho total desse mercado deve passar de 18 mil caminhões. Para isso, cinco novos concessionários devem se somar aos atuais 20 até dezembro. A fábrica de Ponta Grossa, que fabrica dois caminhões por dia, tem planos de dobrar a produção.
“Tudo que a DAF disse que iria fazer, fez. Em 2011, disse que construiria uma fábrica. Fez em dois anos, e sem BNDES, com recursos próprios”, diz Gambim, lembrando que a DAF, originalmente holandesa, é uma subsidiária da americana Paccar, também dona de marcas como os caminhões Peterbilt e Kenworth, uma empresa que opera no azul há 76 anos.
O modelo XF105, o extrapesado da DAF Caminhões Brasil, com capacidade de carga de até 74 toneladas, vendido nas configurações 6×4 e 6×2 e nas potências de 410cv, 460cv e 510cv, já ultrapassou o índice de 60% de nacionalização de peças e componentes e pode ser totalmente financiado pelo Finame.
Na FENATRAN, este ano, ele vai ganhar um “irmãozinho”: o CF 4×2 de 360cv e 410cv. Também nessa feira de São Paulo, em novembro, será lançada a “Super Space Cab”, uma cabine 2,10 metros de altura interna. O novo caminhão também poderá ser 100% financiado pelo Finame, além de outras opções de crédito até 60 meses com entrada parcelada em 12 vezes.
No prazo de 5 anos a DAF planeja oferecer toda a linha de semi pesados e pesados. “Nosso grande desafio é desenvolver fornecedores locais. Os clientes que visitam nossa fábrica sabem que nosso caminhão é construído de forma artesanal, com o chassis envolto em plástico bolha, os funcionários com luvas brancas”, observa o executivo, que veio da Volvo, onde foi gerente regional de vendas, mas começou a carreira na Rodobens, do Grupo Verdi, de São José do Rio Preto.
1 comentário
ótimo crescimento da DAF no Brasil, ainda mais levando-se em conta a atual situação econômica do País. Como engenheiro mecânico, com experiência profissional na indústria automotiva e agora muito interessado em atuar na indústria de caminhões, gostaria muito de ter uma oportunidade de trabalhar na DAF em Ponta Grossa-PR. Espero um dia conseguir e fazer parte desta história de sucesso.