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Há 60 anos, a Mercedes-Benz se instalou no Brasil

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Mercedes-Benz L1113: o campeão com mais de 200 mil caminhões vendidos

Mercedes-Benz L1113: o campeão com mais de 200 mil caminhões vendidos

Sérgio Caldeira

O ano era 1956 e o local escolhido foi um terreno nos arredores de São Paulo, em São Bernardo do Campo. Ali foi erguida a primeira fábrica da Mercedes-Benz fora da Alemanha, há exatos 60 anos já que a data oficial é hoje, 28 de setembro, embora várias comemorações já tenham ocorrido durante todo o ano.

Sessenta anos antes, ou seja, em 1896, a Daimler-Motoren Gesellshaft, fundada em Cannstatt (hoje um bairro de Stuttgard, na Alemanha) apresentava seu primeiro veículo de carga, projetado por Gottlieb Daimler, fundador daquela que viria a ser a Mercedes-Benz.

De fabricante nacional, somente a Ford, no bairro Ipiranga, em São Paulo, montava caminhões no distante 1956, e mesmo assim só com motores a gasolina. Enquanto divulgava as vantagens de seus produtos (chassis para ônibus e caminhões), a Mercedes ia consolidando sua rede de revendedores, hoje vasta, com cerca de 250 casas, sendo a pioneira, a Avepe, em Oliveira (MG).

O modelo escolhido para iniciar foi o L312, o famoso “Torpedo”, já equipado com motor diesel de injeção indireta e seis cilindros em linha, quando a maioria dos concorrentes ainda era a gasolina. A inauguração oficial fora em 28 de setembro de 1956.

Em seguida vieram outros projetos bem sucedidos de caminhões, como o LP 321 na década de 60 (um cabine avançada, mas que não basculava a cabine), o L 608D (o “Mercedinho”), o L 1113 (o campeão, com mais de 200 mil caminhões vendidos), o 1519 (com seu peculiar motor MB OM-355/5 de cinco cilindros) e o primeiro cavalo mecânico para carretas de três eixos, o LS 1924, seguido do L 1620 e do LS 1935 – este último nos anos de 1990.

Em 1996, com a queda do dólar, a Mercedes decidiu importar seu frontal alemão da linha SK, o 2038S, com motor V8, que já estava sendo substituído pela linha Actros na Europa. Em seguida, lançou o LS 1938 4X2, primeiro nacional com sistema eletrônico de injeção e freios a disco nos dois eixos. Seus sucessores, o LS 1634 e o Atron LS 1635, foram os últimos bicudos (cabine semi avançada) e, junto com o 2324, já estão se despedindo da linha de São Bernardo.

A Mercedes foi – ou é – a fabricante mais completa de veículos comerciais, incluindo aí os saudosos ônibus monoblocos de motor traseiro O 321, O 355, O 364, O 370, que saíram de linha na virada do século, embora a empresa tenha mantido a oferta de chassis (OF para motor dianteiro e OH, para traseiro) a serem encarroçados por terceiros, de microônibus a superarticulados.

Hoje o catálogo de vendas da Mercedes no Brasil tem mais de 200 versões de caminhões.

De cada 10 veículos de carga da frota nacional, quatro levam a estrela de três pontas na grade, e seis ônibus em cada 10 são MB, lembrou o presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO América Latina, Philipp Schiemer. Nestes 60 anos, foram produzidos cerca de 1.450.000 caminhões de diversas categorias e modelos na fábrica de São Bernardo, dos quais 1.200.000 ficaram no mercado interno.

Foram produzidos ainda quase 3 milhões de motores e cerca de 100.000 pessoas trabalharam na fábrica ao longo destas seis décadas. Hoje, a Mercedes-Benz tem 12.000 empregados no país.

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