Cresceu a venda de consórcios e o banco da montadora lançou leasing operacional e seguro para carga para enfrentar estes tempos difíceis
Nelson Bortolin e Dilene Antonucci
Mesmo com uma sensível queda nas vendas, a Volvo se manteve na liderança nos pesados em 2015, com uma participação de 29,6% do mercado. O FH 460 foi o modelo mais vendido no Brasil. Entre os semipesados, com o modelo VM, a Volvo ficou com 12,3%, resultado muito semelhante aos 12,6% de 2014.
“O ano de 2015 foi difícil e 2016 será ainda mais desafiador”, afirmou Carlos Morassutti, presidente do Grupo Volvo América Latina em encontro com a imprensa. “Mas estamos debaixo de um guarda-chuva muito forte, que é o Grupo Volvo, cuja operação global teve bom resultado. Nosso compromisso com o Brasil é de longo prazo e vamos continuar investindo. O País sempre superou suas dificuldades.”
Previsão apresentada no encontro, no entanto, mostrou que o fundo do poço para o mercado de caminhões pesados e semipesados ainda não chegou. O segmento pode ter uma retração de até 15% em 2016, segundo avaliação feita pelo diretor da montadora, Bernardo Fedalto. Será o segundo ano de queda, depois da drástica queda de 2015, quando foram vendidos apenas 6.722 caminhões, pouco mais de um terço dos 18.832 de 2014.
Os diretores da Volvo avaliaram que, apesar da grave crise econômica, a marca acertou ao apostar no mercado brasileiro. Nos últimos anos, a montadora investiu cerca de US$ 800 milhões na planta de Curitiba. “Independentemente da situação do mercado, tivemos um desempenho consistente e mantivemos a liderança no segmento de pesados”, analisou Fedalto.
A situação atual da economia brasileira, segundo ele, não muda o planejamento de longo prazo da montadora. Mas o presidente do grupo, Carlos Morassutti, disse que, por ora, está descartado o projeto da montadora sueca de trazer outra marca para o País. O Grupo Volvo vende as marcas Volvo, Renault, Mack e UD.
CRÉDITO – O Banco Volvo terminou 2015 com um volume de R$ 1,1 bilhão em vendas do Consórcio Nacional Volvo, um crescimento de 35% em relação a 2014, impulsionado principalmente pela redução do crédito via Finame. “Além disso, como os bancos de varejo tiraram o pé do nosso ramo, ganhamos participação”, afirma Ruy Meirelles, presidente da Volvo Financial Services, que foi responsável pelo financiamento de 50% das vendas de caminhões, ônibus e equipamentos de construção da marca em 2015.
Seguindo os passos da MAN e da Scania, o Banco Volvo também está oferecendo o leasing operacional de três anos – um arrendamento que permite ao cliente adquirir o bem pelo valor de mercado ao final do contrato. Outras novidades são o seguro de carga, financiamento de peças e do valor da entrada nas mesmas condições do Finame, além de linhas de crédito para veículos usados.
PIONEIROS – A Volvo está comemorando a marca de 50 mil caixas de câmbio eletrônicas I-Shift produzidas no Brasil, operação iniciada em novembro de 2011. Redução no consumo de combustível de até 5%, maior durabilidade da embreagem, menor desgaste de pneus, conforto e segurança para o motorista são os fatores que explicam o sucesso desses equipamentos.
Inteligente, a caixa I-Shift faz a seleção de marchas de acordo com a topografia da rodovia, com a carga e com a demanda da aplicação, sempre buscando o melhor consumo de combustível. Por isso, já está presente em quase todos os caminhões da linha F e nos ônibus rodoviários pesados produzidos na fábrica de Curitiba.
“Em um mercado cada vez mais competitivo, em que o preço do diesel tem um peso grande na planilha do transportador, a redução do consumo é extremamente importante para aumentar a rentabilidade da operação”, ressalta Bernardo Fedalto, diretor de caminhões Volvo no Brasil. “A I-Shift é uma verdadeira revolução nos transportes comerciais que foi liderada pela Volvo.”