Nos últimos 12 meses, 10% das vendas da Scania no Brasil foram para caminhoneiros autônomos. Isso representa cerca de dois mil caminhões. Segundo o gerente executivo de Vendas da montadora, Victor Carvalho, esses números poderiam ser maiores, “mas muitos caminhoneiros sequer sabem qual é a documentação necessária para viabilizar o crédito”.
Para Carvalho, o mais difícil é fazer a primeira aquisição. “Depois do primeiro caminhão comprado e pago, o caminhoneiro consegue financiar o próximo de maneira quase natural”, declara.
O executivo ressalta que o profissional, ao pensar em comprar o caminhão, deve avaliar quanto poderá ganhar a mais na sua atividade, e não achar que aquele bem representa apenas um bom patrimônio. “Muitos compram um caminhão pensando na formação do patrimônio. É a mentalidade ‘vou ter dois para pagar um’. Mas isso é perigoso. O foco deve ser no ganho da atividade, na rentabilidade do negócio.” Carvalho afirma que a Scania está preocupada não apenas em vender caminhão, mas em orientar o caminhoneiro quanto à melhor compra.
Gerente de Marketing da Ford Caminhões, Pedro Aquino diz que o BNDES faz muitas exigências para a
concessão do Procaminhoneiro. “Pedem muitas certidões negativas, que o motorista tem dificuldade de apresentar. Além disso, o tempo de análise e aprovação é muito maior que em outras linhas de crédito”, afirma.
Esse é um dos motivos pelos quais a Ford lançou recentemente um grupo especial de consórcio para os modelos F-4000 e F-350, com prazo de 100 meses. “Achamos que essa é uma modalidade ideal para o autônomo, a aprovação do crédito é bem mais fácil”, observa.
Para Antônio Parames, gerente comercial da Apta (concessionária MAN/Volkswagen em São Paulo), o Procaminhoneiro “não está saindo”. “O crédito está muito complicado até para pessoa jurídica no Finame PSI”, afirma. A Apta, de acordo com Parames, praticamente só tem vendido caminhão para autônomo por meio do Renovar – programa de renovação de frota do governo de São Paulo para os motoristas que atuam no Porto de Santos.