Receita bruta somou R$ 3,7 bilhões, 13,1% inferior à de 2015
Após o terceiro ano consecutivo de retração econômica que exigiu forte controle de despesas e adequação da capacidade fabril aos volumes de mercado, a Randon S.A Implementos e Participações continua apostando no mercado nacional e na ampliação das exportações, reforçando, também, as iniciativas no segmento de reposição para fazer frente à alta ociosidade de suas fábricas. “A Randon está ingressando numa nova Era”, diz o presidente David Abramo Randon, referindo-se à política de gestão de custos na estrutura, gestão e processos das empresas nos últimos anos para enfrentamento da crise.
Em 2016, a receita bruta total da Randon S.A,com impostos e antes da consolidação, somou R$ 3,7 bilhões, 13,1% inferior à de 2015. No mesmo exercício, a receita líquida consolidada atingiu R$ 2,6 bilhões, 15,3% menor quando comparada ao ano anterior. A divisão autopeçasrespondeu por 50,1% das receitas da Companhia e a divisão implementos por 44,4%, enquanto os serviços financeiros representaram 5,5%. A participação menor (5,6 pontos percentuais) da área de implementos na receita é creditada à redução de 20,8% no volume de vagões faturados. O EBITDA de R$ 142,7 milhões registrado no último ano foi 11,8% inferior a 2015 e o EBITDA Ajustado ao final de 2016 somou R$ 252,1 milhões.
Fruto desta conjuntura adversa, a Randon apresentou um lucro bruto de R$ 520,9 milhões no acumulado de 2016 (19,9% da receita líquida consolidada) e que representa uma redução de 18,7% em relação a 2015. O prejuízo líquido foi de R$ 67,2 milhões, com margem líquida de -2,6%. Para Geraldo Santa Catharina, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, “os últimos exercícios foram desafiadores e impuseram à Companhia medidas difíceis e complexas em prol da adequação ao impacto da economia nos negócios, que mantém a saúde financeira da empresas em condições para atravessar a longa crise”.
EXPORTAÇÕES
Dentro de sua estratégia de internacionalização e para fazer frente à prolongada retração da demanda no mercado interno, a Randon S.A intensificou as ações nos mercados internacionais, apesar das crises também localizadas em outros países. Entre as iniciativas está em andamento o projeto de viabilidade para aumentar as exportações pelo sistema CKD, ou seja, o envio do produto em partes a ser montado no local de destino. Em 2016, as vendas consolidadas para o exterior encerraram em US$ 151,6 milhões, 4,2% inferiores a 2015. A representação do mercado externo em proporção à receita líquida consolidada aumentou de 16,9% em 2015 para 20% em 2016. As unidades externas faturaram US$ 113,6 milhões (planta de veículos rebocados na Argentina e as unidades controladas pela Fras-le no exterior – EUA e China), o que totalizou US$ 265,2 milhões em 2016 ou 11,9% menor do que em 2015.
DESEMPENHO POR SEGMENTO
Além da venda de veículos rebocados, esta divisão também produz vagões ferroviários e veículos especiais (retroescavadeiras, caminhões fora-de-estrada e minicarregadeiras) que, juntos, somam uma receita líquida de R$ 1,2 bilhão. A venda de semirreboques representou 65,1% dos negócios desta divisão em 2016, com a entrega de 9.850 unidades (- 6,9%). Mesmo assim, a Randon ampliou seu Market share no ano, que passou de 26,2% em 2015 para 29,1% em 2016. O mercado doméstico de semirreboques total (Brasil) caiu 22,1% com 23.075 unidades vendidas em 2016. A venda de vagões ferroviários (31,9% da receita líquida da Randon) alcançou 1.584 unidades, uma queda de 20,8% sobre 2015, quando foram entregues 1.999 vagões. O mercado brasileiro de vagões demandou 3.903 unidades em 2016, sendo que 40,6% foram fabricados pela Randon. As vendas de veículos especiais foram diretamente afetadas pela falta de investimento governamental e pela baixa demanda da construção civil, e representaram 3,1% das receitas da divisão montadora. Foram vendidos 196 veículos (- 44,8%), sendo 188 retroescavadeiras e 8 caminhões fora-de-estrada.
Autopeças – Integrado pelas empresas Castertech, Fras-le, JOST, Master e Suspensys (filial da Randon S.A Implementos e Participações), este segmento somou R$ 1,3 bilhão em receita líquida consolidada. Bastante dependente das vendas para montadoras, a divisão explorou novas oportunidades de negócios e parcerias, utilizando seus canais de distribuição. Com exceção da venda de suspensões e rodagem, que teve seus volumes reduzidos em 28,6% no ano, graças a esta estratégia os demais produtos tiveram quedas inferiores a 10%, apesar da queda de vendas de caminhões no País ter chegado a 29,4%. Este segmento somou US$ 100,1 milhões em exportações, um crescimento de 0,3% considerado significativo dado o complexo ambiente de negócios no mercado externo.
Serviços financeiros – Representado pelas empresas Randon Consórcios e Randon Investimentos (Banco Randon), que dão sustentação às vendas e acesso a crédito e financiamento aos clientes das Empresas Randon, o segmento de serviços financeiros respondeu por 5,5% da receita líquida consolidada. Enquanto a Randon Consórcios comercializou 11.626 cotas em 2016, uma queda de 8% sobre 2015, o Banco Randon se manteve como uma interessante alternativa de financiamento para ampliar a base comercial em com junto com os distribuidores Randon.