Entre outras novidades, o novo Atron, com cabine bicuda, e a Sprinter, com 48 versões para o cliente escolher
A linha de veículos comerciais da Mercedes-Benz que será apresentada na Fenatran está totalmente renovada. Caminhões e comerciais leves terão motores menos poluentes, mais potentes e até 6% mais econômicos, mas custarão mais – de 6% (os pesados) a 10% (os leves).
O destaque da marca, além dos motores Euro 5/Proconve 7, é a Sprinter, fabricada na Argentina, que chega na mesma versão vendida na Europa, com o capô integrado à grade, além de mais 400 kg de PBT e novas opções de entre-eixos.
O modelo introduz o programa de controle de estabilidade ESP Adaptativo no sistema de freio, reduzindo os riscos de acidentes, além de novos air bags. O câmbio de seis marchas é outra novidade que visa baixar o consumo. Em 48 versões, na faixa de 3,5 a 5 toneladas de PBT, os furgões vêm equipados com motores OM 651 LA, dotados da tecnologia Blue Efficiency, que utiliza o sistema EGR de recirculação de gases de escape.
Todos os demais modelos utilizam o sistema SCR, de pós-tratamento de gases, batizado pela Mercedes-Benz de Blue Tec 5. Entre eles, a linha Atron, com a qual a empresa mantém as cabines bicudas, com base no sucesso de vendas de modelos consagrados como o 1620, do qual são vendidos seis mil caminhões por ano.
O sucessor do campeão de vendas e carro-chefe da linha é o semipesado Atron 2324 6×2. A família também inclui o caminhão médio 1319 4×2 e os pesados 2729 6×4 e cavalo-mecânico 1635 4×2.
Outro modelo consagrado da marca, o Mercedinho 710, dá lugar ao novo Acelo 815, com 1.600 kg a mais de capacidade de carga e nova cabine. Do pioneiro 608 D de 1972 ao consagrado 710 da linha atual, são mais de 185 mil unidades comercializadas no País.
Já o Accelo 1016, com 9.600 kg de PBT, propicia 600 kg a mais de carga em relação ao atual Accelo 915 C. Com terceiro eixo, instalado em implementadores independentes, pode chegar a 13 toneladas de PBT e ser equipado com carroceria de oito metros.
O Atego está 400 kg mais leve e com novas grades e desenho externo. A linha é formada agora pelo caminhão médio 1419 e pelos semipesados 1719, 1726, 1729, 2426 e 2429. Serão oferecidas três versões de entre-eixos, ampliando as opções de configuração.
A linha Axor também ganha novos entre-eixos, mas a grande novidade é a introdução do câmbio PowerShift automatizado nos caminhões rodoviários equipados com motor OM 457 LA como item de série. Com acionamento automatizado, sem pedal de embreagem, pode ser operado no modo automático ou manual, dependendo da preferência do condutor do caminhão. A manopla está localizada num console rebatível junto ao apoio de braço do banco do motorista.
Novo IPI não atingirá Actros de Juiz de Fora
Na apresentação da nova linha, a Mercedes-Benz informou que mantém os planos de investimentos de R$ 450 milhões para a fábrica de Juiz de Fora, que começa a produzir em janeiro os modelos Actros, top de linha da marca.
Os Actros foram atingidos pelo recente pacote econômico que elevou em 30% a alíquota do IPI para veículos importados. “Infelizmente, não tivemos como escapar dessa medida”, disse o vice-presidente Joachim Mayer. Mas os de Juiz de Fora escaparão.
A norma exige índice de nacionalização de pelo menos 65% para um IPI menor. Entretanto, esse percentual não se refere a um produto especificamente, mas à indústria como um todo, e a Mercedes-Benz respeita essa margem com folga.
Os planos de nacionalização do Actros para Juiz de Fora são de 25% a 30% de uso de componentes nacionais para 2012; 40% para 2013; e 60% para 2014, aí já com possibilidade de financiamento pelo Finame do BNDES.
O empenho da engenharia no processo de nacionalização do produto é grande. Cinquenta técnicos brasileiros estão retornando da Europa, onde receberam treinamento para repassar aos demais os detalhes de produção do modelo alemão. O Actros de Juiz de Fora deverá custar entre R$ 310 mil e R$ 340 mil.