Sensor de ponto cego avisa o motorista da aproximação de outro veículo pela lateral. E isso não é tudo
Dilene Antonucci
Os clientes da Volvo conheceram no início de junho, em lançamentos regionais nas principais concessionárias da marca, a nova linha F. As novidades são a cabine mais alta do mercado e os itens de segurança ativa e passiva que mantêm a montadora de Curitiba na dianteira quando o objetivo é evitar acidentes.
O ESP (Controle Eletrônico de Estabilidade), por exemplo, reduz a possibilidade de derrapagem e capotagem em curvas e o risco de acidentes deste tipo em cerca de 35%, garante a montadora, baseada em levantamentos feitos na União Europeia. Quando o caminhão entra numa curva com uma velocidade maior que a necessária, o sistema automaticamente reduz o torque do motor e faz uma aplicação individual dos freios nas rodas. Isso é possível graças a sensores de direção do volante, de aceleração lateral do veículo e da velocidade das rodas.
Outras novidades de segurança são o sensor de ponto cego que informa o motorista, com um aviso sonoro, a aproximação de outro veículo, prevenindo colisões laterais, e o LKS, que monitora se o caminhão está saindo da sua faixa de rodagem sem acionamento da seta, ou seja, por distração ou cansaço. Faróis auxiliares de conversão ampliam o raio de visão, iluminando lateralmente na direção da conversão também indicada pela seta.
Um sensor de chuva aciona automaticamente ou determina a velocidade do limpador de para-brisa de acordo com a necessidade. Para completar, o piloto automático inteligente ACC ajuda o motorista a se manter a uma distância segura do veículo que se encontre à frente.
RECLINÁVEL – A nova cabine XL, a mais alta do Brasil, tem 2,6 metros de altura, 14 cm a mais que a cabine Globetrotter atual. A cama, que pode ser equipada com um encosto ajustável, ficou mais larga, aumentando de 70 centímetros para 76 centímetros.
O banco reclinável do passageiro, oferecido como opcional, gira 90 graus e pode ser usado nas horas de lazer pelo motorista para, por exemplo, assistir televisão a uma distância bastante cômoda, já que foi projetado um kit para instalação de TV de LCD próximo ao teto.A Volvo informou que os novos caminhões terão um preço entre 4% e 6% acima dos modelos atuais. O pacote completo dos itens de segurança, que são opcionais, custará entre R$ 40 mil e R$ 50 mil. É possível adquirir alguns dos novos equipamentos isoladamente.
Na apresentação dos veículos, as novidades que mais chamaram a atenção dos clientes foram o detector de ponto cego e o radar antichoque. “Temos que pensar primeiro nas vidas. Mas o patrimônio também pesa: se o acidente for pequeno e o caminhão ficar parado três dias para manutenção, serão 10% a menos no faturamento no mês. Se o estrago for maior e o conserto levar 20 dias, são 70% do faturamento comprometidos, ou seja, vale a pena investir em segurança”, avalia Antonio Carlos Senso Paes, diretor da Rivesa, revenda Volvo para Maringá e Campo Grande.
Lançamento também na feira do PAC
A Volvo Construction Equipment do Brasil (VCE), com fábrica em Pederneiras (SP), aproveitou a MT&Expo – Feira Internacional de Equipamentos para Construção e Mineração –, realizada em São Paulo, em junho, para apresentar a linha de pipelayers, ou assentadores de tubos, lançada recentemente na Europa, um avanço técnico em relação aos tradicionais tratores de esteiras usados para assentar tubos equipados com lança lateral. O pipelayer faz o assentamento de tubos e outros materiais usando um guincho com capacidade de giro de 360 graus, com desempenho e funcionalidades plenas em qualquer posição do giro.
Calcula-se que nos próximos quatro anos sejam construídos 200 mil km de dutos em todo o mundo. “É uma tendência mundial que no Brasil ganha força com os projetos de exploração do petróleo da camada pré-sal e a necessidade de construção de gasodutos e oleodutos”, avalia Yoshio Kawakami, presidente da Volvo CE Latin America.
Considerada “a feira do PAC”, a MT&Expo bateu recordes de vendas de equipamentos apresentados pelos principais expositores. “A feira superou nossas expectativas, com um volume de vendas três vezes superior à edição de 2006”, estima Yoshio.
Embora a crise econômica tenha provocado uma grande queda de vendas no setor, estimada em 60% no mundo – no Brasil, especificamente, cerca de 35% –, para a VCE Brasil o resultado foi muito bom na comparação de janeiro a abril deste ano com o mesmo período do ano passado: aí houve até crescimento, de 13%.