Nelson Bortolin
Depois da internet e da energia elétrica e quase empatadas com a mão de obra especializada, as rodovias são os “elementos” dos quais os empresários brasileiros mais dependem. Elas também são o segundo item, depois da mão de obra especializada, que apresentam “muito alta intensidade de custo” para a formação de seus preços (ver quadros abaixo).
As conclusões são de uma interessante pesquisa que a Fundação Dom Cabral divulgou nesta semana. Os questionários foram respondidos por 259 empresas que representam juntas mais de 30% do PIB brasileiro – 45% delas são da indústria de transformação. O objetivo era mapear e avaliar a importância das obras de infraestrutura.
Quando perguntadas sobre os elementos que apresentam para elas “nível alto ou muito alto de dependência”, as respostas foram: internet (90,2%), energia elétrica (82,1%), mão de obra especializada (79,1%) e rodovias (78,4%). Só para se ter uma ideia da importância do transporte rodoviário, apenas 53,5% colocaram as máquinas e equipamentos importados nesta condição.
Sobre a alta ou muito alta influência no custo de produtos ou serviços, 67,1% responderam “mão de obra especializada” e 58,5% o “transporte terrestre”.
Do outro lado, 70,3% das empresas colocaram as ferrovias como um item de baixa ou muito baixa dependência.
Das obras rodoviárias analisadas, 51% das empresas consideraram importante ou muito importante a duplicação da BR 101, 50% apontaram o Rodoanel de São Paulo – Trecho Norte, e 48% elegeram a duplicação da BR 116.
Sobre ações diversas consideradas importantes ou muito importantes, 41% indicaram o aumento da malha de concessões de rodovias federais.
Em nota divulgada junto com a pesquisa, o coordenador do Núcleo CCR de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, resumiu: “Os resultados demonstram que uma significativa dependência rodoviária está muito presente nas empresas brasileiras, que consideraram menos importantes as obras de outros modais de transporte”.