Levantamento aleatório mostra que sobra pouco para o motorista, quando sobra
Nelson Bortolin
Levantamento feito aleatoriamente pela Revista Carga Pesada em centrais de frete da internet nesta quarta-feira (27) mostra que a maioria dos valores de frete está acima dos custos mínimos estabelecidos pela ANTT. Foram comparados dez fretes de cargas frigorificadas, conteineinerizadas, de granel sólido e de carga geral (ver quadro).
Somente em dois casos, o valor pago ao caminhoneiro é insuficiente para cobrir os custos do serviço. Uma transportadora oferecia R$ 5.500 para o transporte de carga geral entre Rio Verde (GO) e Senhor do Bonfim (BA), trecho de 1.846 quilômetros. Só os custos, de acordo com a ANTT são de R$ 6.656. Descontado o pedágio, que segundo o site Rotas Brasil é de R$ 280 para o veículo exigido (6 eixos), o prejuízo do caminhoneiro seria de R$ 1.436.
Outro caso em que o valor oferecido não cobre as despesas é o de um frete entre Estrelas (RS) e Embu das Artes (SP) para o qual foram ofertados R$ 3.400. São 1.032 quilômetros. A tabela prevê R$ 3.846 como custo neste caso. Descontados R$ 335 de pedágio, o resultado é negativo em R$ 181.
É preciso ressaltar que esse valor não é lucro. Dele, têm de ser debitados gastos com alimentação, banho e pernoite. Despesas administrativas também não estão previstos nos custos mínimos da ANTT.
Num transporte de granel sólido entre Palmas (PR) e Paranaguá, viagem de 444 quilômetros, sobrariam R$ 45 para um motorista de bitrem comer e tomar banho. O lucro é zero neste caso.
No levantamento da Revista Carga Pesada, as cargas frigorificadas são as mais bem remuneradas. Num frete entre Curitiba e Maceió, sobrariam R$ 3.798 para o caminhoneiro .
E você, o que está achando dos valores dos fretes praticados neste fim de ano? Deixe seu comentário abaixo.