Pela primeira vez na América Latina, foi realizada nesta segunda-feira (28) em São Paulo a International Cranes&Transport Conference. Promovida pela KHL Events, a conferência contou com centenas de participantes de todo o mundo, tratando de temas como perspectivas para a construção, mercado de arrendamento de guindastes, melhores práticas globais em transporte pesado, entre outros.
Segundo o editor da Revista Construção da América Latina, o chileno Cristián Peters, o “Brasil foi escolhido para sediar o evento por ter 40% do mercado de equipamentos da região e contar com uma economia pujante”.
Outro motivo para a conferência ter sido realizada em São Paulo é que nesta terça-feira (29) tem início em São Paulo a M&T Expo 2012 – 8ª Feira Internacional de Equipamento para Construção e 6ª Feira Internacional de Equipamentos para Mineração. O evento prossegue ate sexta-feira no Centro de Exposições Imigrantes.
Durante a conferência, coube ao vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais (Sindipesa), João Batista Dominici, falar sobre as barreiras e desafios para o desenvolvimento do setor no Brasil.
Ele elencou uma série de fatores e dados econômicos que demonstram que o País “é a bola da vez”, mas alertou para as dificuldades existentes para o transporte de cargas excepcionais.
“Somos o 67º país no ranking quando o assunto é infraestrutura. Os últimos grandes investimentos feitos nesta área são da época dos governos militares. O Brasil não está conseguindo investir nem 1% do PIB em infraestrutura”, contou.
Dominici lembrou que apenas 12% das estradas brasileiras são pavimentadas e que quase 50% da malha nacional têm problemas de manutenção. “Além disso, 88% das nossas rodovias federais são de pista simples e 42% não têm acostamento”.
O vice-presidente do Sindipesa disse ainda que, apesar de 90% da produção industrial brasileira estar concentrada próximo à costa, somente 15% do transporte brasileiro são feitos por cabotagem.
Ele lembrou também que, das 27 capitais brasileiras, 22 adotaram algum tipo de restrição aos caminhões. “O custo logístico brasileiro é 30% maior que o dos Estados Unidos”, ressaltou.
A falta de mão de obra foi outro destaque da palestra de Dominici. “Faltam cerca de 1.500 operadores de guindastes e 40 mil motoristas de caminhão.” Dificuldades quanto a licenças ambientais, capacidade portante de viadutos e pontes, burocracia e custos para liberação de Autorizações Especiais de Trânsito (AET) também foram citadas.
Apesar dos desafios, Dominici chamou a atenção para o Pré-Sal, a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016. “Além disso, temos um mercado interno de mais de 100 milhões de pessoas, precisamos construir milhões de moradias e investir no saneamento básico”, disse ele, lembrando das oportunidades para investimentos existentes no País.
1 comentário
Os senhores acreditam que com essa roubalheira e 10% das obras mal iniciadas, nós vamos ter Copa do Mundo? Se os competentes da esquerda desfrutam da infraestrutura aberta pelos militares, não acredito que teremos Copa do Mundo. Pelo menos é que ouço dos institutos de informação estratégica do Brasil.