Mercado de caminhões permaneceu estável em julho

Nelson Bortolin

O mercado de caminhões permaneceu estável em julho deste ano. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), houve um discreto aumento no número de emplacamentos de 0,14%. No mês passado, foram vendidos 10.709 caminhões no País contra 10.694 em junho. A queda diante de julho de 2012 é grande, de 31%.

No acumulado do ano, agora são 80.249 veículos emplacados, sendo que, de janeiro a julho de 2011, tinham sido 98.330, ou seja, uma redução de 18,39%.

Para Carlos Eduardo Teixeira, coordenador de Vendas da Sambaíba (concessionária Mercedes-Benz de Campinas), os números não assustam. “Analisando friamente não é surpresa nenhuma. Nós esperávamos uma queda de 30% nas vendas neste ano”, afirma. Segundo ele, a retração se mostrou menor. Até agora seria de 24%.  

De acordo com o coordenador, além das antecipações das compras feitas pelos frotistas no ano passado – devido à mudança da motorização Euro 3 para Euro 5 -, a análise de crédito nos bancos tem ajudado a segurar as vendas. “Os bancos pisaram no freio. Estimo que eles estejam liberando 30% menos negócios neste ano”, explica.

Mas, de acordo com Teixeira, a tendência é de aumento nas vendas nos próximos meses. “Já sentimos alguma melhora nos últimos dias”, declara.

Roger Wolf Pedroso, diretor do Grupo Servopa (concessionária MAN/Volkswagen no Paraná), confirma a estimativa mais pessimista para 2012 feita pelo setor. “O que a gente esperava era uma redução de 30% nas vendas tendo em vista as antecipações de compras do ano passado”, afirma.

O diretor do grupo que acaba de assumir a concessionária da marca em Cambé, no Norte do Paraná, diz que não há motivos para medo. “O mercado é cíclico. Você não pode ver somente o momento atual. Tenho certeza que, no ano que vem, as vendas vão crescer de forma acentuada”, ressalta.

Para ele, nem mesmo os indicadores econômicos que mostram o desaquecimento da economia brasileira são preocupantes. “Nosso país é rodoviário, depende do transporte rodoviário. O mercado vai reagir, não tem como parar”, declara. (Clique aqui e leia mais sobre a expansão do grupo Servopa).