Desvantagem nas vendas que era de 8% em maio agora já está em quase 17%
Nelson Bortolin
O mercado de caminhões novos vem desacelerando mês a mês na comparação com o ano passado. O primeiro mês do ano começou bem com uma quantidade ainda grande de veículos Euro 5 disponíveis para os frotistas. Foram 10.215 emplacamentos, um número 20% maior que o do mesmo mês de 2022.
Mas a partir de fevereiro, a comparação foi ficando cada vez menos favorável para 2023. Ao final de março, haviam sido emplacados 2,6% mais caminhões que no primeiro trimestre do ano anterior.
O número acumulado do ano começou a ficar negativo em abril, com praticamente 4% menos vendas.
E, em agosto, chegou a uma queda de 16,6% nas vendas. Nos primeiros oito meses deste ano, o mercado de caminhão apresentou 67.426 emplacamentos. No mesmo período de 2022, foram 80,904.
Apesar disso, durante apresentação das estatísticas nesta segunda-feira (4), em São Paulo, o presidente a entidade, Andreta Jr, demonstrou otimismo em relação ao segmento. Segundo ele, apesar dos juros elevados e da restrição de crédito vivida por todo o setor, os caminhões que ainda enfrentam os desafios da mudança de tecnologia (introdução do Euro 6) começam a se acomodar.
Por outro lado, o estímulo do governo ainda está valido para os veículos de carga e, de acordo com a Fenabrave, vem sendo aproveitado pelo mercado.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Servidos (MDIC), R$ 100 milhões já foram usados por meio do programa para a aquisição de veículos de transporte de carga “O mercado está se ajustando em relação aos valores dos veículos e, em agosto, 77% dos caminhões emplacados foram com a tecnologia Euro 6. As MPs estão surtindo efeito e os programas de financiamento, que serão baseados na Selic e foram anunciados recentemente pelo governo federal são benéficos ao segmento e a toda sociedade pois contribuem para termos modelos mais novos e seguros nas vias brasileiras”, disse o presidente.