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A concessão da BR-040 vai melhorar o quê?

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Luciano Alves Pereira

O TRC mineiro entrou em 2014 discutindo o futuro da BR-040 com pedágio. A longa diagonal que divide o Estado como dois meios queijos foi a leilão. A Invepar ganhou a concessão. São 935,8 quilômetros desde Juiz de Fora a Brasília. Destes, pouco mais de 760 (80%) ficam em Minas, são antigos e defasados. 

Mesmo com a concessão já aprovada, porém, existe campo para a reivindicação por parte dos órgãos representativos do TRC – em Minas, o Setcemg e a Fetcemg. 

Várias questões urgentes estão na pista. Como a relacionada com os Pontos de Parada para Caminhões (PPC), em inglês, Truckstops. O governo vetou lei para incluir a construção de PPCs entre as obrigações de concessionárias de rodovias. 

Os PPCs devem oferecer vaga para parada, descanso, conforto e segurança ao motorista, a preço módico. A livre iniciativa não parece interessada no negócio. Donos de postos, que poderiam fazer PPCs junto ao posto, acham que a cobrança pelo uso do pátio pode afetar a venda de diesel – tem gente que vai querer pernoitar de graça por ter abastecido e, ante a negativa, poderá não voltar mais.

Existe uma alternativa: os 11 municípios da BR-040 que terão postos de pedágio arrecadarão o Imposto Sobre Serviços. Poderiam usar o dinheiro para, pelo menos, desapropriar áreas junto à rodovia que serviriam à instalação de PPCs. Seria o primeiro passo. 

Outro fato relevante sobre a concessão da BR-040: a concessionária terá que duplicar no mínimo 71 km (10% da extensão da atual pista simples) antes do início da cobrança do pedágio. Está no contrato. O seu presidente, Gustavo Rocha, disse na TV que “as primeiras obras ocorrerão no Distrito Federal e Goiás”. Compreende-se: ali o terreno é plano, o que facilita e barateia a obra. Só que não dá para aceitar. É que o inferno mesmo dessa via está entre Alphaville (Nova Lima) e a saída Sul de Conselheiro Lafaiete, na região metropolitana. São pouco mais de 70 quilômetros de extensão. Mudar os planos da Invepar – ou tentar – deve ser o objetivo de cada ser vivente rodoviário, ajudado pelos mortos, que não foram poucos entre lá e cá. 

Outro trecho a clamar por providências são os 10 km fatídicos do Anel Rodoviário de Belo Horizonte, que passaram a pertencer à BR-040 com a concessão. São os mais mortais. Ali, a descida de seis quilômetros expôs sua precariedade com várias tragédias envolvendo carretas de morro abaixo, sem freios. O falecido líder sindical José Carneiro muito se empenhou para a construção de rampas de escape ao longo do declive. Só encontrou cinismo pela frente. Será que isso vai mudar?

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