Confederação dos autônomos e transportadoras negam apoiar protestos
Revoltados com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais desse domingo (30), caminhoneiros fecham estradas em boa parte do País. Não há um levantamento nacional a respeito dos protestos. A coordenação de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Brasília, disse à Revista Carga Pesada que é necessário consultar os perfis do Twitter das 27 unidades federativas para buscar essas informações. Mas nem todos os Estados estão informando.
De acordo com o site do UOL, por volta das 13 horas dessa segunda-feira (31) havia cerca de 100 manifestações em 14 estados.
Aparentemente, as manifestações são mais numerosas na Região Sul, onde Bolsonaro teve seu melhor desempenho. Na última atualização do Twitter da PRF naquele Estado, eram 18 pontos de paralisação em diversas rodovias catarinenses, várias nos dois sentidos das pistas.
A reportagem procurou a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) para repercutir os protestos. A assessoria da entidade informou: “Com base em nosso monitoramento, identificamos que não se trata de uma greve/movimento exclusivo de caminhoneiros. São movimentações individuais, pontuais e de cunho ideológico, sem coordenação de entidades ou lideranças.”
Um dos protestos de caminhoneiros é realizado na Rodovia PR 317, em Maringá (PR), próximo ao Grupo G10. Em grupos de WhatsApp circulam informações de que as empresas de transporte apoiam o movimento. O presidente do grupo, Cláudio Adamuccio, no entanto, negou que isso aconteça.
O Sindicato das Empresas de Transporte do Estado de São Paulo (Setcesp) se posicionou contra “qualquer tipo de bloqueio nas rodovias que prejudique ou impeça o transporte de mercadorias”. E ressalta que o abastecimento urbano será mantido normalmente pelas transportadoras desde que o poder público garanta proteção à integridade física dos colaboradores, principalmente motoristas e ajudantes, e segurança aos veículos e cargas transportadas.
Nas redes sociais da Revista Carga Pesada, a maioria dos comentários de caminhoneiros diz que o movimento não dará resultado e que a conta cairá nas costas da própria categoria impedida neste momento de entregar suas cargas.
URNAS
Lula venceu as eleições com 50,9%, índice muito próximo do obtido por Bolsonaro (49,1%). São cerca de 2,1 milhões de votos de diferença. O resultado foi reconhecido pela Justiça Eleitoral e pelas entidades internacionais que acompanharam a votação.
NOTA DE REDAÇÃO:
A posição da Revista Carga Pesada sempre será em defesa da democracia e, portanto, do respeito aos resultados das urnas. E está bem resumida no comentário da esposa de um caminhoneiro em uma das postagens feitas sobre o bloqueio: “Sou esposa de motorista e este não é o momento para fazer essa paralisação. Não haverá outra eleição. A campanha eleitoral foi livre para ambos os candidatos e agora é aceitar o que foi feito e pronto. Vida que segue. Cadê a democracia que tanto foi defendida anteriormente?”.