A Caravana Ecológica, projeto teatral da Revista Carga Pesada com participação da Escola Municipal de Teatro de Londrina e patrocínio do Ministério da Cultura e da Volvo, faz três apresentações na próxima semana. No dia 12, será no Terminal Fernão Dias, em São Paulo. E, nos dias 13 e 14, na 6ª Festa Dia Nacional do Caminhoneiro, na Colônia de Férias do Sindicam-SP, no Recanto Angaturama, em Santa Isabel (SP).
No Terminal Fernão Dias, serão duas apresentações, uma próxima ao horário do almoço e outra perto do jantar. Na festa, a Caravana fará três apresentações no sábado e três apresentações no domingo, à tarde e à noite.
A Caravana começou a percorrer os caminhos do Brasil em 2000, falando a caminhoneiros, suas famílias e ao público em geral sobre a necessidade de combate ao tráfico de animais silvestres nas rodovias, para a preservação da diversidade da vida no planeta.
Nestes 14 anos de estrada, as apresentações também trataram da importância de se preservar as matas e a água potável, esforço resumido no slogan ESTRADA VERDE, ÁGUA LIMPA. E da economia de diesel, já que A ECONOMIA É AMIGA DA ECOLOGIA.
Para preparar o novo espetáculo, o diretor Silvio Ribeiro, da Escola Municipal de Teatro de Londrina, fez uma pesquisa e percebeu que o tráfico de animais silvestres no Brasil ocorre desde o descobrimento: “Já por volta de 1500, a beleza das nossas matas e dos nossos animais chamou muito a atenção dos europeus. A vaidade da nobreza europeia fez com que diversas espécies de animais brasileiros fossem levados daqui”, diz Silvio. Essas e outras informações são levadas ao público pelos personagens Raimundo e Raimundinha, que têm mundo no nome.
Com muita música, dança e até desenhos, que mostrarão as atrocidades cometidas contra os animais durante o tráfico, a peça leva uma mensagem em defesa da vida na linguagem universal do teatro.
Tanto os figurinos quanto o cenário – um caminhão de tecido que se movimenta pelo palco – foram inspirados na estética do artista plástico Bispo do Rosário, que, embora seja considerado um gênio por muitos, passou mais de 50 anos internado num manicômio, onde produzia sua arte.
As roupas e o cenário são exuberantes, alegóricos e carregados de informações. A inspiração principal é nos antigos artistas de rua (commedia dell’art), que, em caravana, andavam pelo mundo apresentando seus números e levando notícias de um lugar para o outro. Muitos materiais usados são recicláveis.