Nelson Bortolin
Uma carreta de três eixos vai custar entre R$ 4,5 mil e R$ 5 mil a mais a partir de janeiro, devido à obrigatoriedade do freio ABS para todos os implementos rodoviários. As implementadoras alegam que a novidade exige uma série de mudanças no processo de fabricação que custam mais que o próprio kit ABS. Em entrevista coletiva realizada na segunda-feira (28), na Fenatran, a fabricante Wabco informou que o preço do novo freio para a indústria de implementos varia entre R$ 500 e R$ 1.000 (para três eixos).
A Carga Pesada questionou a Noma a respeito da diferença entre o preço informado pela Wabco e o valor que será cobrado a mais do cliente final. O diretor superintendente, Marcelo Noma, diz que paga bem mais pelo kit que o valor divulgado pela Wabco. Segundo ele são R$ 1.700.
Noma conta que há gastos maiores para implantar o novo sistema. “Além do kit, temos de instalar válvulas, fazer mudanças no circuito pneumático, todo sistema de ar da carreta muda. É preciso colocar sensores nos eixos. Temos também de adaptar o sistema elétrico e o cubo. Tudo isso exige tempo a mais na produção”, justifica.
Ele admite que, para uma carreta que custa entre R$ 70 mil e R$ 75 mil, o aumento será grande, mas ressalva que os frotistas terão economia com pneus. “Imagine aquela situação em que uma carreta precisa frear de emergência: as rodas travam e os pneus lixam. Com o ABS, essa situação não acontece. Ou seja, uma freada em que os pneus não foram lixados no asfalto já paga o custo do novo freio”, declara.
O diretor de Tecnologia e Exportação da Randon, Cesar Pissetti, informa que, desde agosto, a fila de espera por carretas de três eixos já inclui o novo custo do ABS. “Se, por acaso, conseguimos entregar antes da virada do ano, a gente desconta (R$ 4.500)”, afirma. Segundo ele, “talvez em médio prazo”, o custo do ABS seja “mais competitivo”, quando houver mais oferta no mercado.
A Master, que junto com a Haldex também desenvolveu um kit ABS, informou que o valor depende do cliente e de como o produto será configurado.
1 comentário
Terá que ser realinhado um curso para manutenção do sistema, pois no mercado a mão de obra especializada para manutenção desse sistema, simplesmente não existe.