Engenheiro alerta para necessidade de ficar de olho no chassi principalmente quando o implemento for tanque ou silo para cimento
Nelson Bortolin
Um vídeo bem-humorado publicado em uma rede social por um mecânico chamou a atenção do engenheiro Rubem Penteado de Melo, da TRS Engenharia, para um problema sério: trincas na parte traseira do chassi da primeira carreta dos bitrens de 7 ou 9 eixos, especialmente quando equipados com tanques ou silos para transporte de cimento.
O engenheiro explica: “O tanque é um componente extremamente rígido à torção. Já o prolongamento do chassi traseiro, no último berço — onde está localizada a quinta roda — apresenta baixa rigidez à torção. Ou seja, a parte traseira torce, mas o tanque não torce”.
Segundo Melo, esse descompasso gera tensões elevadas que podem causar trincas e, com o tempo, até fraturas. “Por isso, nas inspeções pré-viagem e nas preventivas, é importante ficar atento a essa região”.
Se forem detectadas trincas, o motorista deve levar imediatamente o conjunto a uma oficina autorizada pelo fabricante. “Não deve seguir viagem. Em geral, será necessário refazer a solda no chassi ou melhorar sua fixação.”
Melo acrescenta que alguns fabricantes já fizeram modificações para tentar reduzir o problema. “Estão utilizando fixações com parafusos e borracha entre as peças, o que permite uma certa mobilidade”, explica. Mesmo assim, ele reforça que se trata de uma área crítica. “Atenção redobrada na região do último berço da primeira carreta do bitrem”, alerta.