Com esse espírito inovador, os irmãos Dresch criaram, no final dos anos 1980, a Drebor, que marcou época ao introduzir no mercado a banda de rodagem de base fina, reduzindo peso e desperdício de material. “No começo houve resistência, diziam que a base mais fina era frágil. Hoje é o padrão da indústria”, lembra Eldon.
A trajetória da Moreflex começou em 1992, e em 1998 a marca foi adquirida pela família Dresch. Por um período, a empresa operou paralelamente à Drebor, até que Eldon decidiu assumir exclusivamente o comando da Moreflex, em 2004. A partir daí, novas ideias transformaram a produção. “Fomos pioneiros em trazer os painéis computadorizados de controle de vulcanização, substituindo os painéis eletromecânicos. Isso se tornou padrão em várias fábricas do mundo”, destaca.
Inovação e sustentabilidade
Entre as principais contribuições recentes da empresa está a criação da banda de base invertida, que distribui melhor o material e melhora o rendimento por milímetro de borracha. Mais recentemente, a Moreflex desenvolveu a tecnologia Ingenious, uma banda sem base, que utiliza apenas o material necessário para a rodagem. “Com a Ingenious, reduzimos o uso de matéria-prima e a geração de resíduos. É uma banda que entrega o mesmo desempenho com menos material”, explica Eldon.
Para o empresário, essa busca constante por aprimoramento nasce de uma característica pessoal: o inconformismo. “Toda pessoa que inova é inconformada com o dia a dia. Sempre acho que dá para fazer melhor. A inovação vem disso e de conhecer a aplicação real do produto.”
Tradição que atravessa gerações
A Moreflex segue como empresa familiar, e a terceira geração já começa a participar do negócio. “Meus filhos estão se formando em engenharia — um em engenharia química e outro em engenharia mecânica — e vão seguir esse caminho. Dentro de algum tempo, a história será deles”, diz o empresário.
Mesmo planejando o futuro da sucessão, Eldon não pensa em parar. “Ainda tenho algumas ideias para revolucionar a forma de produção das bandas. Ainda há um pouco de tempo e muito o que contribuir”, afirma, com o mesmo entusiasmo de quem começou fazendo caminhõezinhos de madeira.
