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Depois de 20 anos, a estrada chamou Pozzer de volta

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Caminhoneiro do Paraná, que é fã da Revista Carga Pesada, retornou à boleia em busca de qualidade de vida

Numa época em que pouca gente quer ser caminhoneiro, a história de Anibaldo Pozzer, 51 anos, serve de alento. Paranaense de São José dos Pinhais, ele ficou longe das estradas durante 20 anos, período no qual exerceu várias funções em empresas de transporte e logística. Em 2021, resolveu voltar para a boleia em busca de qualidade de vida.

“Quando eu estava fora da estrada, eu vivia sufocado, andava com três celulares. Teve época que eu cuidava de 50 carretas. Eu arrumava carga, contratava motorista, fazia conhecimento de frete, fazia seguro, cuidava do rastreamento”, conta. “Era caminhão que bloqueava, caminhão que tombava, que estourava pneu. Eu tomava conta de tudo sozinho”, recorda.

Por meio de videoconferência, entrevistamos Pozzer dia 7 de maio, quando ele estava num posto de combustível em Pernambuco.

Volvo FH 460, ano 2012 com o qual Pozzer transporta produtos alimentícios líquidos

Pausa para fazer faculdade

O motivo que levou Anibaldo Pozzer a deixar a estrada foram os estudos. Em 2001, ele passou no vestibular para cursar administração e logística na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas.

As mensalidades, ele pagava por meio do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do governo federal. Mas, sem emprego, ficou difícil manter-se na cidade. “Foi quando um ex-patrão montou uma empresa de logística em Goiânia e me chamou para cuidar do armazém”, lembra.

O motorista conseguiu uma transferência para a faculdade de administração de empresas Unip e mudou-se para a capital de Goiás. Pela mesma empresa, ele passou alguns anos coordenando o transporte na sede de Belém. A aprendizagem foi grande e o estresse e a sobrecarga de trabalho também.

Com o filho Welytton Matheus Pozzer em 1999

O retorno para o Paraná

Em 2017, Pozzer resolveu retornar ao Paraná aceitando o convite para cuidar da frota de uma transportadora de cooperativa em Arapoti. A quantidade de trabalho diminuiu, mas ele ainda não se sentia completamente satisfeito.

O convite para voltar a estrada veio em 2021. Era para ser uma experiência temporária. Um amigo, que tinha uma empresa de consultoria em transporte, o chamou para participar de uma projeto de pesquisa numa empresa cliente em Ponta Grossa. “Quando eu era supervisor operacional lá em Goiânia, eu dava treinamento para motoristas, ensinava eles a fazerem média. Por causa dessa experiência, esse meu amigo me chamou para desenvolver um trabalho de campo. Eu passei a viajar de caminhão, fazendo as rotas dessa empresa de Ponta Grossa e criando parâmetros de média para os motoristas que trabalhavam lá.”

Era para ficar um ano nessa função. Mas o projeto se estendeu para dois anos e meio no total. “Depois disso, esse meu amigo propôs uma parceria. Ele compraria um caminhão e me colocaria para dirigir. Eu entrei com uma parte do dinheiro”.

A dupla adquiriu um Volvo FH 460, ano 2012. É com esse veículo que hoje Pozzer transporta produtos alimentícios líquidos, como óleos e sucos, nos estados do Nordeste. Seu projeto agora é abrir um CNPJ, obter financiamento e comprar a parte do amigo no caminhão.

“Hoje, eu ganho praticamente a mesma coisa que ganhava quando fazia as funções internas nas empresas, mas eu gosto muito de estar na estrada, de viajar, fazer amizade”, justifica. “Minha rotina é assim: eu acordo às 4h30 da manhã, faço meu café. Às 5 horas, eu saio para a estrada. Entre 5h30 e 6h30 da tarde, eu estou parando. Dá para rodar 600, 650 quilômetros por dia”, conta

Pozzer se considera um caminhoneiro típico porque entrou na profissão por causa do pai. “Desde criança eu viajava com ele nas férias. Com 13 anos de idade, eu dirigi o caminhão do meu pai de Paranaguá até Curitiba. Ele foi sentado do meu lado.”

Entre Natal e Ano Novo de 1995, voltando de Manaus na carreta frigorífica

  A relação com a Carga Pesada

O motorista foi o vencedor de um concurso realizado por nós em abril e ganhou uma miniatura do caminhão de corrida The Iron Knight, o mais veloz do mundo (foto abaixo), desenvolvido pela Volvo. Ele escreveu um poema em homenagem aos nossos 40 anos de circulação.

Clique aqui para ler o texto.

No poema, o motorista conta que conheceu a Carga Pesada antes de se tornar caminhoneiro porque o pai dele levava a revista para casa. Depois que virou motorista profissional, ele mesmo pegava nossas edições nos postos de combustível.

Durante muito tempo, o paranaense guardou vários exemplares numa caixa na casa de sua mãe. “Lembro que guardei por exemplo a revista de comemoração dos 10 anos da Carga Pesada. Essa, eu peguei numa festa de caminhoneiros no Posto Sakamoto, em Guarulhos, em 1995”, conta.
Na mesma caixa, ele guardava uma coleção de discos de vinil e outra de bonés. “Em 1998, entraram uns ladrões na casa da minha mãe e levaram tudo”, lamenta.

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PB Lopes